Bilionários americanos investem mais na renda fixa

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Renda fixa ganha destaque entre as famílias de alta renda nos EUA

Com o fim da era de baixas taxas de juros e liquidez abundante, algumas das famílias mais ricas do mundo estão fazendo (ou planejando fazer) mudanças importantes na alocação de ativos, conforme mostra o novo relatório Global de Family Offices 2023 do banco suíço UBS.

A pesquisa abrange 230 “Family Offices”, que são serviços privados de gestão de patrimônio para clientes ricos. Em média, as famílias possuem um patrimônio líquido coletivo de quase US$ 500 bilhões (R$ 2,4 trilhões), ou cerca de US$ 2,2 bilhões (R$ 10,6 bilhões) cada.

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A distribuição média da carteira dos entrevistados em 2022 é de 55% em classes de ativos tradicionais, como papéis disponíveis no mercado financeiro (queda em relação aos 57% em 2021), e 45% em ativos alternativos, como investimentos em precatórios, consórcios e outros (aumento em relação aos 43% do ano passado). No entanto, por trás dessas categorias amplas, há uma mudança mais significativa: afastando-se do private equity, no qual o investidor aporta seu capital diretamente em empresas com potencial de crescimento, e voltando-se para renda fixa.

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Com os rendimentos dos títulos de curta duração atualmente acima de 5%, quase metade dos entrevistados planeja aumentar significativa ou moderadamente as posições em renda fixa em 2023 e nos anos seguintes.

“Estamos vendo que a liquidez é um fator importante na tomada de decisões”, diz Charles Otton, chefe global de riqueza familiar e institucional do UBS para as Américas, em entrevista à Forbes. “Todos nós nos acostumamos ao dinheiro ser gratuito, mas agora as pessoas estão valorizando a liquidez e ajustando suas carteiras de acordo.”

Em vez de buscar novas empresas de private equity, que geralmente são investimentos mais arriscados, os gestores agora preferem empresas do mercado privado que tenham atingido certo nível de crescimento e tenham algum tipo de Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização).

Um relatório semelhante da BlackRock, o Global Family Office Report, também lançado este ano, mostra que quase 120 escritórios entrevistados estão ajustando suas carteiras. Muitos têm buscado investimentos em renda fixa e crédito privado em resposta ao ambiente de mercado atual.

“Buscando a máxima flexibilidade e aproveitando uma ampla variedade de ferramentas, as carteiras podem se adaptar rapidamente às exposições de duração, região e setor em resposta a condições que mudam rapidamente”, escreveu Rick Rieder, diretor de investimentos de renda fixa global da BlackRock.

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Segundo o relatório do UBS, muitos dos entrevistados também planejam reduzir a exposição ao setor imobiliário este ano. “Há uma cautela geral se aproximando, devido às taxas mais altas e alguma fraqueza, embora mais no setor imobiliário comercial do que no residencial doméstico, onde o investimento continua forte”, explica Otton. No longo prazo, no entanto, cerca de um terço dos Family Offices ainda planeja aumentar a exposição a esse setor assim que o capital se tornar mais disponível e as avaliações forem mais baixas.

Quase metade das alocações em ações estão na América do Norte, mas a maioria dos escritórios planeja aumentar suas posições para a Europa pela primeira vez em anos, devido à reabertura da China e a um aparente pico do dólar norte-americano.

(Tradução: Poliana Santos)

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