Nova GM da VTEX destaca característica para profissionais de tecnologia

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Divulgação/VTEX

Rafaela Rezende anunciou a promoção no palco do VTEX Day, evento da empresa de digital commerce, na última semana

Desde que começou sua carreira, há 22 anos, Rafaela Rezende, nova general manager da VTEX no Brasil, esteve imersa na área de digital commerce. Em seu primeiro emprego como estagiária deste nicho nas Americanas.com, Rezende fez parte de um mercado jovem que buscava o embrionário e-commerce da época. “Me apaixonei pelo potencial de crescimento muito grande da área e por conseguir ver rápido o resultado do meu trabalho em relação a vendas em lojas físicas”, diz a CEO da VTEX no Brasil.

Tendo assumido posições de liderança desde que ocupou o cargo de gerente de produto na B2W, Rezende destaca a importância de admitir seus erros e de não se prender tanto a uma ideia para construir carreira em empresas de tecnologia, principalmente em áreas ligadas a inovação. “É um mercado que está em constante transformação”, afirma a executiva. “A decisão que a gente toma hoje pode não ser a melhor amanhã e, por isso, a gente precisa saber deixar a vaidade de lado e revisitar essas decisões.”

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“Hoje eu entendo que o conhecimento técnico dentro dessa área de digital commerce é um diferencial para qualquer profissional”, diz Rezende, que ocupa um cargo de liderança de negócios na VTEX. Essa inquietude por conhecimento vem decorrente de ser mulher em contato com um nicho majoritariamente masculino. “Como mulher em uma empresa de tecnologia, entendo que preciso disso para fincar meu pé e demonstrar meu valor.”

O C-Suite desta semana também traz movimentações no setor de logística internacional, com Agustín Croche sendo anunciado como CEO da DHL América Latina e Javier Bilbao como CEO da DHL Ásia-Pacífico. Ainda, Tatiana Marinho assume o cargo de CEO da Agência Gana, como a única mulher negra a ocupar um cago de alta-liderança de agências de publicidade brasileiras.

Forbes: Desde o início da sua carreira, na B2W (que englobou a Americanas.com), você trabalhou com digital commerce. Por que você escolheu se especializar nessa área?

Renata Rezende: Eu via um potencial de crescimento muito grande. Tem uma coisa muito legal no e-commerce que é você ver rápido o resultado do seu trabalho. Tudo que você faz em uma loja física é mais demorado e planejado porque precisava engajar o vendedor. Com o efeito das nossas decisões muito mais rápido, a gente tinha uma possibilidade de mudar de rota também mais rápido, então isso trazia dinamismo. Na B2W, eu era da área comercial e tocava os departamentos de bebês e brinquedos. Eu sentia que aquilo ali era meu efetivamente: como se eu tivesse uma loja minha e tivesse autonomia sobre aquilo. A gente tinha muita autonomia e responsabilidade por ser um segmento ainda muito jovem.

F: Quais aspectos seus você teve que desenvolver para acompanhar a evolução do digital commerce?

RR: Sempre fui uma pessoa da área de negócios, mas hoje eu entendo que o conhecimento técnico dentro dessa área de digital commerce é um diferencial para qualquer profissional. Ele é um meio para resolver um problema de negócio e para facilitar esse processo, que pode ser feito de várias maneiras. Então acho que, no meu caso, o meu maior desenvolvimento em termos de conhecimento técnico foi em plataformas de software e estrutura de e-commerce. E, hoje, a gente não fala mais de e-commerce, mas sim, de digitalização do varejo, de digital commerce. Então, saber toda essa jornada de compra do varejo e como tratar o vendedor como um agente importante foi uma grande evolução do meu aprendizado com o desenvolvimento da área.

F: O mercado de tecnologia está em constante e rápida transformação, ao mesmo tempo que o varejo se encontra em crise. Quais as características que você valoriza em um profissional que deve lidar com esse mercado?

RR: Acho que a gente está em um momento, até pela condição do mercado de varejo, de voltar a fazer bem o básico. E, obviamente, a tecnologia vem para ajudar nesse movimento. Acho que essas novas tecnologias, como a inteligência artificial, vem para agregar em uma experiência mais personalizada para a pessoa no momento de compra.

Valorizo muito você se permitir errar e mudar de rumo, porque é um mercado que muda muito rápido. A decisão que você tomou hoje não é, às vezes, a melhor decisão para amanhã. E temos que ter a capacidade de revisitar essa decisão e de se livrar da vaidade de manter da mesma forma aquilo que você fez. Também acho muito importante você se propor a mudar, a repensar e a arriscar. A gente, hoje, ainda vive um mercado muito dominado pela vaidade e que mantém suas decisões muito por causa disso. É conseguindo deixar essa vaidade de lado que eu enxergo que construímos melhores relações e conseguimos entregar os melhores resultados.

F: O que você aprendeu ao assumir posições de liderança em grande parte da sua carreira?

RR: Acho que, com o tempo, fui me tornando uma líder mais sensível para saber vender uma ideia, ouvir e precisar mudar de direção se for preciso. E, modéstia a parte, aprendi a ser mais honesta comigo mesma. Antes eu era uma pessoa muito mais dura e rígida porque era assim que eu achava que precisava ser na época como uma mulher em um cargo de liderança. Achava que precisava ter características muito parecidas às masculinas para ser bem-sucedida. Hoje, meu time se conecta ainda mais comigo quando eu falo sobre as minhas falhas e os meus medos. Então, um aprendizado foi ter a capacidade de conseguir influenciar pessoas e de passar segurança para elas no trabalho.

F: O que você diria para outras mulheres que querem assumir posições de liderança em empresas de tecnologia?

RR: Eu diria para elas serem elas mesmas e não tentarem se moldar a uma empresa. Acho que tentei me mudar por muito tempo e, hoje, na VTEX, posso ser autêntica na posição em que eu estou. Ser autêntica te deixa muito mais livre para ser criativa e ter ideias para executar. Hoje posso chorar no trabalho e ter uma agenda com todos os meus compromissos aberta a todos os funcionários. Se eu precisar levar minha filha ao médico ou ir na escola dela, ninguém me critica por isso. Então, resumindo, eu diria para confiarem em vocês mesmas e serem vocês mesmas, porque isso é libertador.

Por quais empresas passou

B2W Digital, Ricardo Eletro, iFood e VTEX.

Formação

2003 a 2006 – Graduação em administração na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro

2007 a 2008 – MBA em marketing na IAG – Escola de Negócios da PUC do Rio de Janeiro

Primeiro emprego

Estagiária em vendas digitais na B2W Digital que, na época, era a Americanas.com.

Primeiro cargo de liderança

Gerente de produto na B2W Digital.

Tempo de carreira

22 anos.












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