Bunge e Viterra se fundirão para formar potência agrícola de US$ 34 bi

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Dado Ruvic/ Reuters

A Bunge já é a maior processadora de oleaginosas do mundo

A comerciante de grãos norte-americana Bunge e a Viterra, da Glencore, estão se fundindo para criar uma gigante do comércio agrícola de aproximadamente US$ 34 bilhões, anunciaram as empresas nesta terça-feira (13), em um acordo que provavelmente atrairá uma análise regulatória rigorosa.

O acordo coloca a Bunge mais próxima em escala global de suas principais concorrentes, Archer-Daniels-Midland e Cargill.

As ações da Bunge caíram 2,5%, para US$ 91,45, nas negociações antes do pregão.

Nos termos do acordo, os acionistas da Viterra receberão cerca de 65,6 milhões de ações da Bunge, com valor de aproximadamente US$ 6,2 bilhões, e cerca de US$ 2 bilhões em dinheiro.

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A Bunge já é a maior processadora de oleaginosas do mundo e analistas disseram que seus negócios de esmagamento e os da Viterra podem enfrentar escrutínio regulatório no Canadá e na Argentina.

No ano passado, a Bunge foi a maior exportadora de milho e soja do Brasil, a principal fonte mundial de culturas básicas para a fabricação de ração animal e biocombustíveis, segundo dados da transportadora Cargonave. A Viterra foi a terceira maior exportadora de milho e a sétima maior exportadora de soja.

Combinadas, as empresas representaram cerca de 23,7% das exportações brasileiras de milho em 2022 e 20,9% das exportações brasileiras de soja, mostraram dados da Cargonave.

Nos Estados Unidos, o negócio de compra e venda de grãos da Viterra se expandiu com a compra da Gavilon no ano passado. A fusão aumentaria os negócios de exportação de grãos e processamento de oleaginosas da Bunge no segundo maior exportador mundial de milho e soja, onde tem uma presença menor do que a ADM e a Cargill.

O acordo também expande a capacidade física de armazenamento e manuseio de grãos da Bunge na Austrália, grande exportadora de trigo, onde a empresa opera atualmente apenas dois elevadores de grãos e um terminal portuário na parte oeste do país. A Viterra tem 55 locais de armazenamento no sul da Austrália e no oeste de Victoria e seis terminais de exportação de grãos a granel.

A equipe de gestão da Bunge, liderada pelo CEO Greg Heckman, que assumiu o cargo em 2019, quando a própria empresa era alvo de aquisição, supervisionará a entidade combinada.

A Bunge informou que planeja recomprar US$ 2 bilhões de suas ações para aumentar o acréscimo aos lucros ajustados decorrente do acordo.

Os acionistas da Viterra serão proprietários de 30% da empresa combinada após o fechamento esperado do acordo em meados de 2024, e aproximadamente 33% após a conclusão do plano de recompra.

O maior produtor mundial de óleos vegetais também firmou parcerias com a petroleira Chevron e a gigante de sementes e produtos químicos Bayer para perseguir a crescente demanda por matérias-primas de combustíveis renováveis.

Na Ucrânia, maior produtor mundial de girassol e maior fornecedor de óleo de girassol, uma combinação Bunge-Viterra teria três fábricas de processamento de oleaginosas no sul e no leste do país, em Kharkiv, Dnipro e Mykolaiv.

A aquisição da Viterra traria a receita da Bunge, que foi de US$ 67,2 bilhões em 2022, mais em linha com a da ADM, que registrou vendas de quase US$ 102 bilhões no ano passado.

No início de 2017, a Viterra, então conhecida como Glencore Agriculture, tentou adquirir a Bunge, que estava avaliada em US$ 11 bilhões. A tentativa de aquisição foi rejeitada.

Espera-se que a fusão gere cerca de US$ 250 milhões de sinergias operacionais brutas pré-impostos anualmente dentro de três anos.

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