Foi um ano de altos e baixos para os principais investidores de fundos de hedge. Esses fundos são alavancados e seguem estratégias arrojadas para maximizar retornos. E seus gestores tiveram de enfrentar mercados voláteis devido à guerra no leste da Europa, ao aumento da inflação e à elevação das taxas de juros nos Estados Unidos e na Zona do Euro.
Como grupo, os 20 bilionários de fundos de hedge mais ricos na lista de Bilionários da Forbes em 2023 têm um patrimônio líquido de US$ 245 bilhões – um aumento de US$ 4 bilhões em relação ao ano anterior. No entanto, seus retornos individuais variaram dramaticamente.
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Ken Griffin teve o ano mais lucrativo de qualquer fundo de hedge da história. Ele tem um patrimônio líquido estimado em US$ 35 bilhões, US$ 7,8 bilhões a mais do que no ano passado e quase triplo do que valia em 2020. O fundo Wellington, principal carteira da gestora Citadel, de Griffin, rendeu 38% em 2022, enquanto o S&P 500 caiu quase 20%. Os ativos da empresa aumentaram tanto que ela pagou US$ 7 bilhões em lucros aos investidores no início deste ano.
O ano excepcional torna Griffin o bilionário de fundos de hedge mais rico do planeta, muito à frente do número dois Jim Simons, que fundou a empresa de negociação quantitativa Renaissance Technologies e tem um patrimônio líquido estimado em US$ 28,1 bilhões. O terceiro colocado no ranking é Ray Dalio, fundador aposentado da Bridgewater Associates, o maior hedge fund do mundo. Dalio possui um patrimônio líquido estimado em US$ 19,1 bilhões.
No total, a Forbes contabiliza 47 bilionários de fundos de hedge, que têm um patrimônio líquido combinado de US$ 312 bilhões, um aumento ligeiro em relação ao mesmo número em 2022, que valiam US$ 310 bilhões.
A Citadel gerou um ganho líquido estimado de US$ 16 bilhões para os investidores no ano passado, o maior já registrado pela gestora LCH Investments, focada em fundos de fundos. Esse resultado elevou os ganhos líquidos da companhia para US$ 65 bilhões desde sua fundação.
O fundo Wellington é um fundo multimercado com investimentos em commodities, ações, renda fixa, crédito e estratégias quantitativas. Os fundos especializados da Citadel para renda fixa e ações também registraram fortes ganhos de 32,6% e 21,4%, respectivamente.
O fundo de hedg, que Griffin transferiu de Chicago para Miami em 2022, gerou uma receita líquida de US$ 28,7 bilhões em 2022 antes dos impostos. A cifra é equivalente à receita da divisão de mercado de capitais do JPMorgan. Seu retorno líquido acumulado de 118% desde 2020 supera em muito o ganho de 25% do S&P 500 no mesmo período.
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Os negócios de fundos de hedge representam cerca de um terço do patrimônio líquido de Griffin, de acordo com estimativas da Forbes. Cerca de metade vem da Citadel Securities que fornece liquidez para que os investidores executem negociações e é separado do fundo de hedge.
A Citadel Securities vendeu uma participação minoritária para a investidora de capital de risco Sequoia Capital e a empresa de criptomoedas Paradigm com uma avaliação de US$ 22 bilhões em janeiro de 2022. O restante de sua fortuna estimada consiste em ativos pessoais, incluindo coleções substanciais de imóveis e arte, além de outros investimentos.
Griffin está no topo de um cenário principalmente americano, com nove dos dez gestores de fundos de hedge mais ricos vindo dos EUA, incluindo Simons, Dalio, David Tepper (patrimônio líquido estimado: US$ 18,5 bilhões), Steve Cohen (US$ 17,5 bilhões) e Carl Icahn (US$ 17,5 bilhões).
O investidor mais rico de fora dos Estados Unidos é Michael Platt (US$ 16 bilhões), que devolveu o capital a investidores externos em 2015 e converteu seu fundo BlueCrest Capital Management em um familly office (serviço privado de consultoria em gerenciamento de patrimônio e de fortuna de uma família ou empresa familiar).
Desde então, seus retornos relatados têm sido impressionantes, gerando pelo menos 25% em cada ano desde 2016 e alcançando um retorno recorde de 153% em 2022, graças a uma aposta de que a inflação e as taxas de juros aumentariam mais do que a maioria das pessoas esperava.
A Brevan Howard, cofundada por Alan Howard e atualmente liderada pelo CEO Aron Landy, foi outra empresa britânica que registrou um ano impressionante, com um retorno de 20% em seu fundo principal e um retorno de 28% em seu fundo Alpha Strategies. Os ativos sob gestão da empresa caíram de um pico de US$ 40 bilhões em 2013 para menos de US$ 10 bilhões em 2018, após uma série de retornos fracos, mas se recuperaram para US$ 30 bilhões hoje. O patrimônio líquido de Howard está agora em uma estimativa recorde de US$ 3,6 bilhões, acima dos US$ 3,2 bilhões do ano anterior.
Não são todos os gestores de fundos de hedge que tiveram um ano para comemorar – especialmente os especializados em tecnologia, que obtiveram anos de sucesso após a crise financeira de 2008.
O fundo de hedge da empresa de tecnologia Tiger Global caiu 56% no ano passado. A maior parte de seus ativos está em seus fundos de risco, e o patrimônio líquido do fundador Chase Coleman caiu de US$ 10,3 bilhões há um ano para cerca de US$ 8,5 bilhões.
O Viking Global Investors, de Andreas Halvorsen, caiu 18% em seu fundo long-only, que aposta na valorização das ações. Por outro lado, seu fundo long-short, que envolve compra e venda de ativos em alta ou baixa, teve uma queda de 2% e manteve-se relativamente estável. Esses resultados levaram a uma redução no patrimônio líquido de Halvorsen, de US$ 6,5 bilhões para US$ 5,9 bilhões.
Conheça os 20 gestores de fundos de hedge mais ricos na lista da Forbes dos Bilionários do Mundo de 2023:
*Patrimônios líquidos em 10 de março de 2023
Tradução: Poliana Santos
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