Além do champanhe em Roland Garros – no principal torneio de tênis na França e que compõe o chamado Grand Slam – ao lado de sanduíches de brioche e focaccia, a culinária do famoso palco desse esporte apresenta um toque parisiense de forma muito especial, que vai de pratos locais a doces exclusivos.
Roland Garros conta com aproximadamente 60 produtores rurais franceses que fornecem todos os ingredientes utilizados nos cardápios de todos os pontos de alimentação. A tradição exclusivamente francesa desse estádio, que difere das concessões de um local típico nos Estados Unidos, por exemplo, levou a empresa Sodexo Live!, que administra esse setor, a introduzir novidades para modernizar a gastronomia, mas mantendo o foco exclusivamente no modo francês de se alimentar. A primeira rodada do torneio, que começou em 28 de maio, tem sua final feminina marcada para 10 de junho e a masculina para o dia seguinte.
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Roland Garros, que também pode ser chamado de Internationaux de France, French Open ou Aberto da França, recebe cerca de 40 mil fãs do tênis, por dia, com uma operação que inclui cerca de 40 espaços de alimentação, além de três restaurantes para jogadores e três restaurantes para a equipe e mídia.
Uma boa experiência alimentar em Roland Garros é colocada pelos organizadores como elemento fundamental da sua hospitalidade. Yoan Le Chapelain, diretor de esportes e eventos da Sodexo Live!, na França, diz que foram contratados 30 chefs e 200 cozinheiros, com 60% deles trabalhando em espaços premium. O público pode comprar pacotes diversos para se alimentar durante o torneio.
Por exemplo, entre os novos pacotes de hospitalidade, pode-se optar por um mix de quatro locais premium, estilo clube, e quatro locais mais populares. Exemplo é o espaço L’orangerie, em um prédio histórico nas estufas de Auteuil, entre o Court Philippe Chatrier e o jardim de Simonne Mathieu, uma novidade no pacote premium e que está aberto ao público. Chatrier é a principal quadra de saibro no Stade Roland Garros.
O restaurante Brasserie des Mousquetaires, com 220 lugares, oferece uma das poucas oportunidades para os convidados não premium. Em parceria com o premiado chef pelo Guia Michelin, Akrame Benallal, com quem a Sodexo Live! também está trabalhando nos cardápios das Olimpíadas de Paris 2024, a equipe de Roland Garros montou um cardápio exclusivo. Outra novidade, também localizada no Chatrier, é a Brasserie des Mousquetaires, antes frequentada apenas pelas equipes, mas que foi remodelada e agora está aberta ao público.
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Além dos espaços premium, há diversas abordagens inovadoras para os fãs de uma boa mesa, em geral nos espaços menores dos quatro principais locais de apresentação das partidas de tênis.
Uma praça de alimentação perto de Chatrier inclui quatro quiosques que oferecem pratos de diferentes regiões da França. Entre eles estão opções de sanduíches de focaccia, panquecas de trigo-sarraceno clássicas, salsicha rougail e peixe com batatas fritas. Neste ano, a área da praça de alimentação foi expandida.
Os itens alimentares mais vendidos em Rolland Garros incluem o sanduíche de focaccia feito no local, um sanduíche de brioche com receitas especiais para o evento, saladas Caesar e torta de limão também preparadas no local, cookies assados em um carrinho móvel (um novo conceito para 2023), crepes e waffles. Com reposições dos produtos durante a noite, Le Chapelain afirma que há um grande esforço para ter o máximo possível de itens diariamente, o que garante frescor e qualidade, além de reduzir o desperdício. “A comida local é nossa prioridade”, diz Le Chapelain, “assim como receitas e processos fáceis de elaborar e preparar”.
Roland Garros também começou a experimentar novos conceitos para o torneio, incluindo quatro opções de compra de alimentos no varejo, estilo mercado, onde os consumidores selecionam seus próprios itens em refrigeradores e expositores, além de um quiosque de chopp automático, uma novidade nas quadras francesas.
Uma hamburgueria popular, localizada no Court Suzanne Lenglen, também oferece a opção de fazer pedidos em quiosques, algo que Le Chapelain diz que já agilizou o atendimento neste ano e que ele espera expandir ainda mais as opções de pedidos em quiosques no próximo ano. A variedade rotativa de itens do cardápio, de um ano para outro, mantém o foco nas receitas mais populares, permitindo que os chefs experimentem novos conceitos. “Tentamos mudar 30% do cardápio a cada ano”, diz Le Chapelain. Com um chef em tempo integral dedicado a Roland Garros ao longo do ano, a temporada fora do torneio inclui testes de novos pratos e ideias.
Mas entre as bebidas, a emblemática do local continua sendo o imbatível champanhe, fornecido pela Moët + Chandon. Enquanto a água é bebida mais vendida em Roland Garros, assim como em quase todos os grandes locais esportivos do mundo, a segunda bebida mais vendida no local é o champanhe. E Rolland Garros não seria Paris sem a loja de pâtisserie de Yann Couvreur, um dos nomes mais celebrados da chamada pâtissiers da “nouvelle génération”, com seus mille-feuille, tarte au citron, éclair e o Kouign-Amann, um delicioso e amanteigado bolo de massa folhada caramelizada e açúcar.
Com a quebra de recorde de público na semana de qualificação e multidões durante a primeira semana do torneio principal, Le Chapelain diz que esta foi a melhor abertura de Roland Garros até agora. “Tanto os negócios quanto o sorriso do cliente”, diz ele sobre o sucesso do torneio de 2023. Então, está indo bem? “Sim, muito bem.”
*Tim Newcomb é colaborador da Forbes EUA. Escreve também sobre design, arquitetura e esportes para TIME, Sports Illustrated, Popular Mechanics, Wired entre outros veículos.
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