O Encontro Anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica, que terminou nesta terça-feira (6), em Chicago (EUA), apresentou novidades para o tratamento de tumores bastante incidentes entre a população mundial, como próstata, pulmão e mama, além de destaques sobre prevenção, rastreamento e qualidade de vida do paciente.
Dentro da avaliação de novas drogas imunoterápicas, tivemos uma notícia importante para câncer de rim. Por este conceito, o tumor é exposto à ação dos linfócitos, as principais células do sistema imune que atuam na defesa do organismo.
Um estudo que avaliou 712 pacientes comparou o uso do medicamento sunitinibe (um bloqueador da angiogênese na formação de vasos sanguíneos que nutrem o tumor) versus a utilização do imunoterápico pembrolizumabe combinado ao lenvatinibe, um novo agente antiangiogênico que bloqueia outras vias de alimentação das células tumorais.
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O resultado da pesquisa mostrou que essa combinação, comparada o tratamento dom sunitinibe – que até mais ou menos cinco anos atrás era considerado padrão – reduziu o risco de morte em 21% e diminuiu o risco de progressão da doença em 47%.
A taxa de resposta foi mais do que o dobro nessa combinação de dois medicamentos, e aproximadamente 10% a 12% dos pacientes tiveram resposta completas, com o desaparecimento do tumor.
Esse é mais um estudo comprova o papel relevante de novos imunoterápicos e novos bloqueadores dos vasos sanguíneos como tratamento de primeira linha dos pacientes com câncer renal.
Dia Mundial do Câncer de Rim
No próximo 15 de junho, lembraremos o Dia Mundial do Câncer de Rim. Em 2023, a campanha liderada pela IKCC (The International Kidney Cancer Coalition) destaca a importância da sobrevivência dos pacientes.
O tema escolhido para a data é “Precisamos falar sobre viver com câncer de rim”, ressaltando a relevância da escolha de uma boa dieta, do gerenciamento dos efeitos colaterais dos tratamentos e do valor do apoio de grupos, familiares e amigos para quem recebe o diagnóstico.
Da mesma forma, o acesso aos melhores tratamentos possíveis e o conhecimento sobre a doença, prevenção e tratamento são fundamentais para os melhores desfechos.
O INCA (Instituto Nacional de Câncer) não divulga dados oficiais sobre o câncer de rim no Brasil. Estima-se que a doença já esteja entre os 13 tipos mais frequentes de tumores no país, com cerca de 12 mil casos anuais.
Fernando Maluf é cofundador do Instituto Vencer o Câncer e professor livre-docente da Faculdade de Medicina da Santa Casa de São Paulo.
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