O Nubank apresentou resultados recordes em seu primeiro balanço do ano, alcançando a marca de R$ 1 bilhão no lucro ajustado da operação brasileira*. Fundada há dez anos como uma fintech de cartão de crédito, a empresa realizou IPO em 8 de dezembro de 2021 na NYSE (New York Stock Exchange) sob enorme ceticismo do mercado brasileiro, que ainda questionava o modelo de negócios 100% digital.
Apesar disso, analistas estrangeiros sempre tiveram uma visão confiante sobre o Nubank, como é o caso da equipe do Morgan Stanley: “O mercado está subestimando a capacidade do Nubank de gerar crescimento e rentabilidade.”
A virada de opinião começou em fevereiro deste ano, quando o balanço de 2022 apresentou a lucratividade recorrente. Agora, de acordo com relatório de análise do Credit Suisse, ela está consagrada com o resultado do primeiro trimestre de 2023: “Se vimos os resultados do quarto trimestre como um divisor de águas para os céticos, este pode ser outro para mudar a opinião dos mais incrédulos.” Neste mês de maio, o Itaú BBA trouxe pela primeira vez a recomendação de compra dos papéis da empresa.
Alguns poucos mantêm o ceticismo, mas com base em previsões que ficaram muito distantes dos resultados. O Santander, por exemplo, previu lucro líquido de US$ 34 milhões no primeiro trimestre. O Nubank entregou mais de quatro vezes isso: US$ 142 milhões. A ação do Nubank listada na NYSE acumula alta de 83% no ano (considerando o período de 3 de janeiro a 19 de maio).
Fórmula vencedora
A fórmula de geração de lucro da empresa vem comprovando eficácia, com resultados financeiros robustos e consequentemente inovação e qualidade no produto final para os clientes. “Tudo que fizemos foi pensando em entregar o melhor para eles: um atendimento humano, que os escutasse de verdade, uma interface intuitiva, um produto tão bom que todo mundo iria querer”, afirma a cofundadora Cristina Junqueira.
O primeiro fator da fórmula é o aumento na base de clientes, ultrapassando em abril 80 milhões na América Latina, distribuídos em todos os segmentos econômicos.
Em seguida, vem a monetização da base. Com uma gama cada vez maior de produtos, tem aumentado o número de pessoas que usa o Nubank como conta principal. De fato, 82% dos clientes totais são clientes ativos da empresa e, desses, 57% já utilizam a plataforma como seu principal provedor de serviços financeiros.
Essa engrenagem funciona com a base de custo mais baixa do setor, por ser uma empresa digital. Para fechar a conta, a taxa de eficiência da empresa no Brasil já atingiu 36,9% – a melhor entre as grandes instituições financeiras do país.
Potencial de crescimento
No evento de aniversário de dez anos da empresa, os fundadores avaliaram uma das lições mais importantes que aprenderam: apesar da coragem para desafiar um setor consolidado, eles subestimaram o potencial da disrupção do próprio negócio.
“O mercado estava muito mais pronto para o Nubank do que a gente imaginou”, afirma David Vélez, coundador e CEO. Nas projeções de 2013, a empresa previa ter 1 milhão de clientes em 2019 – naquele ano, chegou a 20 milhões.
Os ganhos de escala também já começam a surgir. No México, o Nubank acaba de lançar a conta de depósitos, chegando a 500 mil clientes em uma semana.
Apesar das conquistas, Vélez reitera que ainda há muito espaço para aumentar a participação no mercado. Para a próxima década, o Nubank diz estar investindo na próxima geração de serviços e em um novo paradigma tecnológico e de inteligência artificial que buscará atender todas as necessidades financeiras do cliente com automatização e personalização.
*US$ 200 milhões, aproximadamente R$ 1 bilhão na média de câmbio dos últimos três meses. No nível da holding, o lucro líquido foi de R$ 736 milhões.
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