O filho (a) nasce, nasce uma mãe e, assim, o mundo vira outro. Esse mundo que já era seu conhecido, se transforma. O mundo toma uma outra dimensão, se expande de maneira inimaginável do primeiro choro ou uma simples lágrima tímida, retida nos olhos ou ainda mais tocante aquela voz que segura ou esconde uma lágrima. É algo que desperta os mais profundos sentimentos de uma mãe. É a cumplicidade infinita do olhar entre a mãe e o filho (a).
E como não falar também daquele sorriso genuíno dos bebês aqueles que começam timidamente, mas escancaram uma felicidade que preenche e inunda o coração da mãe de satisfação. É da origem desses sorrisos que vamos lutar e desejar a pureza dessa alegria para sempre em nossos filhos.
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É nesse universo que juntos descobrimos um amor que cresce a cada movimento. E assim, no dia a dia, entre choros e sorrisos, a mágica de viver se estabelece, criando a história de cada mãe e filho (a).
E da inesgotável brincadeira de (conviver) viver entre mães e filhos que ao acaso virei mãe de atleta.
Foi numa brincadeira despretensiosa, jogando frescobol nas férias de verão, na praia do Guarujá (SP), que deu a partida inicial para o universo do tênis e ali mesmo, naquela brincadeira, já senti o primeiro desconforto por não conseguir rebater a bola em direção à Luisa. As tentativas foram inúmeras. Virou um desafio diário até o final das férias. Mas, mesmo com muito esforço da minha filha, confesso que a minha falta de habilidade era gritante.
Motivada para melhorar minha performance no frescobol para as próximas férias, retornando a São Paulo, resolvi fazer aulas de tênis, e logo toda a família também se matriculou. Iniciamos as aulas e, em pouco tempo, estávamos totalmente imersos e apaixonados pelo universo do tênis.
Ser mãe de atleta é buscar o que tem de melhor para oferecer mesmo sem ter todo o conhecimento e a certeza da melhor escolha entre as infinitas opções e ainda assim estar confiante.
É ensinar para os filhos o respeito aos seus oponentes, que também se dedicaram para estar na mesma competição. Ter o “fairplay”.
É ter motivação e resiliência para continuar mesmo quando as frustrações tirarem o brilho do olhar da sua filha.
É aprender com a disciplina dos filhos e se tornar parte desse compromisso com entusiasmo e dedicação.
É partilhar de muitos momentos em silêncio, mesmo querendo gritar, é sorrir quando se quer chorar e ainda assim ser verdadeiro.
É saber que as vitórias e as derrotas são passageiras, e que no dia seguinte é mais um dia de treino e preparação.
Entender que o conjunto de ações é criador de processos e que desfrutar e tirar o melhor proveito desse tempo é o que faz sentido a longo prazo.
É ter orgulho de cada gota de suor derramada tanto nas conquistas ou derrotas.
Oferecer o seu abraço e acolhimento independente do resultado, ser presente mesmo à distância.
É consolar a frustração de não ser classificado para as Olimpíadas, e um dia depois chorar pela convocação e ainda de bônus retornar com a medalha para casa.
É congelar a emoção quando o momento se torna crucial para a conquista, é perder as palavras quando o esforço foi coroado com uma medalha olímpica ou um título de Grand Slam.
É entender que às vezes as lesões trazem um descompasso para a vida, mas que todo dia é dia de recuperação. E assim aprendi a resiliência.
É se orgulhar da grande mulher que habita aquele corpo forte e que, às vezes, ainda reside uma menininha.
É ser grata a todas as pessoas que ajudaram diretamente ou indiretamente nas pequenas ou grandes conquistas.
É aprender que seu filho é uma lição de vida em pequenas gotas de suor.
É acreditar no sonho com toda a força de um coração de mãe, e orgulhosamente torcer para que os valores do esporte ultrapassem as demarcações das quadras e possa influenciar positivamente a vida de todos.
Uma filosofia de vida e do orgulho de ser mãe de atleta.
Força, foco e fé.
Obrigada, minha filha!
Alessandra Leao Veras Stefani – é administradora de empresas e mãe da tenista Luisa Stefani, embaixadora do Time RTB, do Rede Tênis Brasil. A atleta é uma das principais tenistas de duplas do mundo.
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