Ibovespa sobe 2,18% na semana e supera pessimismo no exterior

Nesta sexta-feira (19), o Ibovespa subiu 0,58% e fechou a 110.744,51 pontos, totalizando um volume de R$ 25,4 bilhões. Na semana, houve uma alta de 2,18%. O pregão superou o pessimismo no exterior, após repercutirem as falas do chair do Federal Reserve, Jerome Powell, de que o caminho da política monetária nos Estados Unidos tornou-se menos claro depois de um ano de aumentos agressivos da taxa básica de juros, diminuindo o apetite do mercado ao risco.

No cenário doméstico, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que existe espaço para iniciar um ciclo de corte da taxa básica de juros no Brasil, e que vai conversar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre mudanças no calendário para a meta de inflação. Atualmente, a taxa Selic está em 13,75% ao ano. A próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) para discutir o atual nível dos juros ocorrerá nos dias 20 e 21 de junho.

Segundo Idean Alves, da Ação Brasil Investimentos: ”existe uma expectativa de que o governo mude a meta de inflação, atualmente em 3,25% ao ano. Apesar de não reduzir a inflação na prática, acredito que possa ajudar o Banco Central na ancoragem das expectativas, o que pode dar subsídios para um eventual corte de juros antes do previsto”.

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Além disso, a atividade econômica brasileira apresentou crescimento no primeiro trimestre deste ano, de acordo com dados do Banco Central divulgados hoje (19), em meio a sinais de resiliência das atividades de varejo e serviços e mesmo com os impactos da política monetária restritiva.

O Índice de Atividade Econômica do BC (IBC-Br) recuou 0,15% em março em relação ao mês anterior, menos do que a expectativa em pesquisa da Reuters de uma retração de 0,30%. Com isso, o IBC-Br fechou o primeiro trimestre com avanço de 2,41% na comparação com os três meses anteriores, mostrando vaivém no desempenho econômico ao longo dos primeiros meses do ano.

Destaques do dia

Liderando as altas, a MRV (MRVE3) e a Raízen (RAIZ4) subiram, respectivamente, 7,55% a R$ 9,83 e 6,34% a R$ 3,69. A MRV foi impulsionada pela recomendação do Credit Suisse, de neutra para outperform, como um sinal de uma performance acima da média na bolsa. Na ponta negativa, os papéis da Azul (AZUL4) e da Cielo (CIEL3) caíram 2,90% a R$ 14,08 e 2,53% a R$ 5,39.

No Exterior

Nos Estados Unidos, os principais índices de Wall Street caíram com o setor bancário depois que a CNN noticiou que a secretária do Tesouro, Janet Yellen, disse a chefe-executivos de bancos que mais fusões podem ser necessárias após uma série de falências.

A crise dos bancos regionais foi parcialmente atribuída por alguns às taxas de juros do Federal Reserve, que forçaram algumas instituições a buscar capital novo para compensar a queda no valor dos ativos atrelados aos juros. O presidente do Fed, Jerome Powell, disse na sexta-feira (19) que o efeito posterior dos recentes problemas do setor bancário deve aliviar um pouco a pressão sobre o ciclo de alta de juros do banco central norte-americano.

Na Europa, os mercados acionários subiram, com o índice de blue-chips da Alemanha em máximas recordes, conforme esperanças de progresso nas negociações do teto da dívida dos EUA impulsionaram a demanda por risco, embora as negociações parecessem ter chegado a um impasse momentos após o fechamento dos mercados.

Na Ásia, as ações da China fecharam em baixa após uma série de dados fracos pesando sobre o sentimento dos investidores, enquanto o mercado de Hong Kong recuou sob a pressão de ações de tecnologia após o gigante do comércio eletrônico Alibaba Group. registrar resultado mais fraco do que o esperado.

(Com Reuters)

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