Nesta sexta-feira (19), o Ibovespa inicia os negócios em alta, influenciado pela continuidade do otimismo dos investidores com a tramitação do arcabouço fiscal e pela alta do começo do dia em Wall Street, apesar de a possibilidade de uma nova alta de juros nos Estados Unidos ter voltado ao radar dos profissionais do mercado. Por volta das 10h, o principal índice da Bolsa de Valores estava em alta de 0,47%, atingindo os 110.630,57 pontos. Enquanto isso, o dólar avançava 0,36%, sendo negociado a R$ 4,98.
Um dos focos de atenção do mercado acionário é a tramitação do arcabouço fiscal, especialmente após o relator do projeto na Câmara dos Deputados, Cláudio Cajado (PP-BA), incluir dois dispositivos no texto que permitem ao governo gastar cerca de R$ 80 bilhões entre 2024 e 2025. Essa medida visa compensar os efeitos da desoneração dos combustíveis implementada no ano passado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.
A urgência para o arcabouço fiscal foi aprovada na quarta-feira (17) e, de acordo com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), o projeto deverá ser levado para votação em plenário na próxima semana, provavelmente entre terça e quarta-feira.
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Além do cenário político, os investidores estão acompanhando os dados econômicos. Na manhã desta sexta-feira, o BC (Banco Central) divulgou a prévia do PIB (Produto Interno Bruto), conhecida como IBC-Br. O indicador mostrou uma queda de 0,15% em março, um desempenho menos negativo que a queda de 0,30% esperada. No acumulado do primeiro trimestre, o índice avançou 2,41%. Na comparação com março de 2022, o IBC-Br indicou um crescimento de 5,46%. A variação acumulada dos últimos 12 meses mostra um avanço de 3,31%.
A segunda prévia de maio do IGP-M mostrou um recuo de 1,50%, após uma queda de 0,66% na mesma leitura de abril. De acordo com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), esse movimento foi impulsionado pelo recuo na margem do IPA-M (Índices de Preços ao Produtor Amplo), que registrou uma deflação (queda de preços) de 2,21%, maior que a deflação de 1,03% da segunda prévia de abril.
Na agenda do dia, destaca-se o evento do Banco Central, intitulado “High-Level Seminar on Central Banking”, que conta com a presença do Ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Os temas abordados incluem o novo arcabouço fiscal, inflação e política monetária.
Mercado Internacional
As atenções estão voltadas para a fala do presidente do Fed (Federal Reserve), Jerome Powell, que ocorrerá às 12h e deve fornecer orientações para os mercados na próxima semana. A possibilidade de um aumento das taxas de juros em junho entrou no radar após declarações mais rígidas de membros do Fed e a queda nos pedidos de auxílio-desemprego nos EUA.
James Bullard, do Fed St. Louis, mencionou ao Financial Times na quinta-feira que o ritmo de queda da inflação tem sido mais lento do que o ideal, sugerindo a possibilidade de um aumento nas taxas para controlar a inflação.
Além das questões relacionadas aos juros, o teto de dívidas dos EUA também está sendo monitorado. A vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, alertou que um calote da dívida de US$ 31,4 trilhões colocaria a economia americana em recessão. As negociações entre a Casa Branca e os republicanos do Congresso continuam com o objetivo de chegar a um acordo para elevar o teto da dívida, com uma nova reunião planejada para sexta-feira, disse uma fonte à Reuters.
No Japão, o núcleo da inflação ao consumidor superou a meta de 2% do banco central em abril. A leitura foi divulgada alguns dias depois que dados mostraram que a terceira maior economia do mundo cresceu mais rápido do que o esperado no primeiro trimestre, em uma recuperação do consumo pós-Covid. Como resultado, o Banco do Japão poderá revisar sua previsão de inflação para cima em julho, de acordo com o economista-chefe do BNP Paribas para o Japão, Ryutaro Kono.
Confira o comportamento dos principais índices internacionais:
Estados Unidos:
Dow Jones: +0,34%
S&P 500: +0,94%
Nasdaq: +1,51%
Europa:
FTSE100 (Londres): +0,43%
DAX (Frankfurt): +0,73%
CAC 40 (Paris): +0,76%
Ásia:
Nikkei (Tóquio): +0,77%
Xangai (China): -0,42%
Kospi (Coreia): + 0,56%
O grande destaque das bolsas asiáticas ficou com Tóquio, que subiu 0,77% e alcançou o patamar de 1990.
(Com Reuters)
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