Coamo avalia investir R$ 250 milhões em armazenagem de grãos

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Rodolfo Buhrer/Reuters

Colheita de milho em Maringá (PR)

A diretoria da Coamo, maior cooperativa agrícola do Brasil, vai propor ao seu conselho de administração investimento de 250 milhões de reais nos próximos dois anos para ampliar a capacidade de armazenagem de grãos, diante de um déficit de silos acentuado pela safra recorde.

O valor do investimento é uma proposta para análise e estudo, disse a assessoria de imprensa da Coamo nesta sexta-feira (19), ao comentar reportagem do jornal Valor Econômico publicada na véspera.

O investimento elevaria a capacidade estática da Coamo em 400 mil toneladas, e ajudaria a cooperativa a enfrentar um déficit de armazenagem resultante de uma grande colheita e lentas vendas de produtores na temporada 2022/23.

O Brasil colheu na atual temporada mais grãos na safra de verão do que toda sua capacidade de armazenar, algo que não acontecia há 20 anos, conforme reportagem da Reuters que alertou para o tema em janeiro.

O déficit de armazenagem do país deverá ser agravado na segunda safra de milho, que novamente caminha para recorde, o que potencialmente pressiona os prêmios de exportação nos portos e consequentemente os preços do cereal.

Por isso, a importância do investimento em armazenagem, o que permite ao produtor eventualmente adiar vendas, se a cotação do mercado cair muito.

A Coamo confirmou ainda que projeta um déficit de 1,35 milhão de toneladas em capacidade de armazenagem, considerando a sua capacidade atual (de 7 milhões de toneladas) mais os volumes de soja e milho já recebidos até o último dia 10.

No último ano, a Coamo investiu 104 milhões de reais em silos em Rio Brilhante (MS).

Em entrevista à Reuters em fevereiro, o presidente do Conselho de Administração da cooperativa, José Aroldo Gallassini, disse que a Coamo estava alugando estruturas de armazenagem e recorrendo a alternativas provisórias como “silos bags” para lidar com a safra recorde.

A Coamo tem sede em Campo Mourão, no Paraná, segundo Estado produtor de grãos do Brasil, mas atua também em Mato Grosso do Sul e Santa Catarina.

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