O setor espacial deve movimentar, até 2030, mais de US$ 1 trilhão, uma alta de 330% em relação a 2021. A corrida privada em busca da exploração do espaço – somada à sofisticação dos sistemas de comunicação – vem contribuindo para esse montante. E o Brasil neste cenário? Qual o papel do país em uma indústria que está no centro das atenções nos próximos anos?
Na semana passada, o SpaceShowBR, evento realizado com o apoio institucional da Agência Espacial Brasileira (AEB), autarquia vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), reuniu uma série de entidades, empresas, órgãos governamentais e, principalmente, startups com negócios relacionados a essa indústria.
O tema de 2023 foi Exploração Espacial e Novos Negócios. “O Brasil ainda não é um dos grandes expoentes do setor espacial, mas tem muito potencial para se posicionar como líder na América Latina e consequentemente no restante do mundo. O setor espacial vai muito além das comunicações, localização e monitoramento do meio ambiente, entrando também em segmentos como mineração, nutrição, medicina, turismo, logística, direito, seguros, entre outros”, explica Emerson Granemann, CEO do MundoGEO e organizador do SpaceBR Show 2023.
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Élcio Oliveira, CEO da Kvantum, empresa especializada em Operações Espaciais e presidente da Associação Espacial e Cibernética da América Latina, reforça que o objetivo do mercado nacional, neste momento, é entender a evolução que ocorre no Brasil e como ela pode se comportar nos próximos anos. “O mercado espacial vai crescer muito nos próximos anos no Brasil. Precisamos criar um ambiente para discutir os assuntos das áreas espacial e de segurança cibernética, e estabelecer conexões entre instituições, governos e empresas, além de oferecer cursos e suporte aos afiliados, pois temos muitos desafios, como infraestrutura, manutenção de equipamentos e legislações.”
“Temos um grande caminho pela frente. Estamos dando os primeiros passos, mas a ideia é aumentar a velocidade da caminhada. Já estamos criando condições para que clientes estrangeiros acessem o espaço a partir do Brasil, que possui uma localização privilegiada, incluindo condições atmosféricas muito favoráveis. Mas, em um futuro não tão distante, vamos poder montar veículos no Brasil; nós vamos lançar do Brasil para o Brasil. Lógico que tudo vai depender da nossa capacidade (mercado brasileiro) de absorver o desenvolvimento”, destaca Paulo Vasconcellos, COO da C6 Sistemas de Lançamentos do Brasil (subsidiária brasileira da C6 Launch) e vice-presidente da Associação Espacial e Cibernética da América Latina.
Para Leonardo Souza, CEO e fundador da Ideia Space, startup de educação do ramo espacial, existe uma questão de perspectiva necessária em relação a esse mercado. “Temos que olhar o setor espacial do Brasil como já é olhado no mundo, olhando o up stream e o down stream. A gente busca acesso ao espaço, seja colocando um satélite em órbita ou construindo um lançador, mas olhamos de forma simples a maneira utilizamos o espaço aqui. O Brasil é um dos grandes expoentes do setor espacial, mas precisamos ampliar as discussões, aumentar a presença brasileira e trazer mais proximidade com todo o sul global nesse processo de discussão.”
Satélites, uma especialidade brasileira
Dentro da indústria relacionada ao espaço, o Brasil tem destaque em um segmento específico: o de satélites. Em 2021, por exemplo, o país enviou o satélite Amazonia-1 ao espaço, o primeiro de observação da Terra projetado, integrado, testado e operado pelo Brasil que foi enviado ao espaço por meio de uma parceria com a agência espacial indiana Indian Space Research Organisation.
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