O Nubank, maior banco digital da América Latina, divulgou nesta segunda-feira (15) um lucro líquido de US$ 142 milhões para o primeiro trimestre, superando resultado negativo de US$ 45,1 milhões no mesmo período do ano passado, em meio a uma forte expansão de sua base de clientes na região.
No Brasil, maior mercado do Nubank, o lucro líquido ajustado foi de US$ 200 milhões no primeiro trimestre. Com índice de rentabilidade sobre patrimônio (ROE) ajustado de 43%
O banco, que terminou março com 79,1 milhões de clientes distribuídos por Brasil, México e Colômbia — um crescimento de 33% sobre março de 2022 — teve rentabilidade sobre patrimônio de 37%. E o índice de eficiência — quanto menor, melhor — ficou também em 37%, queda ante os 47,4% do final de 2022.
Já a inadimplência subiu. O índice de operações vencidas há mais de 90 dias no trimestre foi de 5,5%, patamar classificado pelo banco em comentários à imprensa como dentro das expectativas dada a sazonalidade do período. No final de 2022, o índice era de 5,2%.
“A inadimplência está bastante controlada”, disse o presidente-executivo e um dos fundadores do Nubank, David Vélez, citando o efeito sazonal do primeiro trimestre no Brasil, em que os clientes ficam pressionados por pagamentos de impostos e de dívidas de final de ano.
Questionado sobre eventual impacto para o grupo da crise bancária nos Estados Unidos, Vélez afirmou que “não temos visto nenhum efeito. O trimestre foi muito forte, acima de qualquer expectativa”, disse o executivo. “Sobre depósitos, não vimos nenhum tipo de mudança”, acrescentou.
O índice de Basileia do Nubank terminou o trimestre de 18,7% no Brasil, acima do mínimo requerido de 10,5%, e afirmou que tem mais de US$ 2 bilhões em excedente de fluxo de caixa.
O Nubank teve receita líquida recorde de US$ 1,6 bilhão, quase o dobro de um ano antes.
“Isso ocorre como resultado de um efeito composto do crescimento no número de clientes e os níveis mais altos de monetização de clientes no Brasil, que responderam sozinhos por US$ 1,5 bilhão das receitas do trimestre”, afirmou a companhia.
Vélez afirmou que o Nubank segue focando suas operações no Brasil.
O avanço do Pix, canibalizando o dinheiro físico, tem ajudado as operações da instituição, que afirma deter 40% de todas as transações com a modalidade lançada pelo Banco Central no final de 2020.
No México, onde o grupo começou a oferecer contas correntes no final do ano passado, o Nubank abriu mais de 500 mil contas até agora.
“Lá, é uma combinação de um mercado mais preparado para neobancos e o fato de já termos uma marca sólida”, disse o executivo. No início da operação no Brasil, o mesmo patamar foi atingido após quatro meses, segundo o banco digital.
Questionado sobre aquisições, Vélez mencionou que um cenário de juros elevados e redução de liquidez facilita compras de empresas iniciantes. “Estamos olhando para Brasil, México e Colômbia, faz sentido quando tem menos capital disponível para startups. Mas no geral, gostamos de crescer organicamente”, disse o executivo, descartando eventual interesse no mexicano Banamex, que está sendo vendido pelo Citi.
Sobre as discussões em torno de uma eventual criação de teto de juros para rotativo do cartão de crédito, o vice-presidente financeiro do Nubank, Guilherme Lago, afirmou que trata-se de uma discussão complexa, mas que “temos tido diálogo construtivo com governo…há boa vontade (entre as partes) para alguma solução ainda neste ano”.
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