O grupo de medicina diagnóstica Fleury teve queda de 15% no lucro líquido do primeiro trimestre deste ano frente a igual período do ano passado, com resultado financeiro negativo e efeito de base de comparação, apesar do avanço de receitas, informou a empresa nesta quinta-feira (4).
O Fleury teve lucro líquido de R$ 93,9 milhões de janeiro ao fim de março, contra expectativa média de analistas de lucro de R$ 92,8 milhões, segundo dados compilados pela Refinitiv.
O balanço vem dias após a companhia fechar, no final de abril, a aquisição do rival Hermes Pardini, em negócio que deve trazer até R$ 220 milhões em resultado operacional anual no prazo de 36 meses. Como a transação foi concluída só no segundo trimestre, as empresas ainda não estão divulgando os resultados conjuntos.
O desempenho operacional do Fleury medido pelo Ebitda (lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização) foi de R$ 345,8 milhões no trimestre, alta de 5,9% na base anual. Analistas projetavam, em média, Ebitda de R$ 331,6 milhões, de acordo com a Refinitiv. A margem Ebitda caiu de 30% para 28%.
Jeane Tsutsui, presidente do Fleury, disse à Reuters que a queda do lucro deve-se em parte ao efeito de maior número de exames de Covid-19 no mesmo período do ano passado, auge do contágio da variante Ômicron.
Os exames de Covid-19 representavam 6,2% da receita bruta da companhia no primeiro trimestre de 2022. Neste ano, o indicador caiu para 0,6%.
Ainda assim, o Fleury, que fez mais de quinze aquisições desde 2017, entregou alta de 13,5% na receita líquida nos primeiros três meses deste ano frente a igual período de 2022, para R$ 1,24 bilhão.
“Olhando para o todo, está tudo indo de forma muito consistentemente com a estratégia que tínhamos de crescimento, disciplina no controle de despesas e expansão”, disse ela, destacando que o trimestre veio mais normalizado, após a Copa do Mundo e as festas de fim de ano afastarem os pacientes dos laboratórios do grupo.
No ramo de medicina diagnóstica, principal negócio da companhia, as unidades de atendimento tiveram alta de 15,2% na receita bruta, com destaque para performance das marcas a+ SP e Fleury, enquanto, geograficamente, o Rio de Janeiro foi destaque, ajudado por novos contratos com operadoras, de acordo com Tsutsui.
Nos serviços de medicina diagnóstica prestados a hospitais e laboratórios, a receita bruta caiu 29,3% ano a ano, a R$ 121,8 milhões, com descontinuação de contrato e redução de Covid-19.
O Fleury ainda vem elevando sua presença em outros segmentos, como infusões e ortopedia. A receita bruta da empresa nesses negócios foi a R$ 135,1 milhões no trimestre, alta de 99,2% contra um ano antes.
Na linha de despesas, o resultado financeiro ficou negativo em R$ 89,5 milhões no período, piora de 36,5% em 12 meses, com efeito da elevação da taxa de juros.
As despesas operacionais subiram 34,6% contra um ano antes, para R$ 142,2 milhões, por dissídio salarial e impacto de depreciação e amortização em fechamento de aquisições.
O Hermes Pardini deve publicar seu balanço separadamente no dia 15 de maio.
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