O banco Santander espera fechar negócios da ordem de R$ 2 bilhões durante a Agrishow, que acontece em Ribeirão Preto (SP), a maior feira de tecnologia para o agro do país. No ano passado, o montante foi de US$ 1,4 bilhão. “A estratégia é trazer o produtor para a tomada de crédito antes dele ir às compras”, disse o economista Ricardo França, superintendente regional de agronegócios do Santander. Em março, a carteira do banco para o setor era de R$ 40 bilhões, com meta de alcançar R$ 50 bilhões até o fim do ano.
De olho na queda da taxa de juros, ainda que tímida para o segundo semestre do ano, de acordo com França, o principal dos negócios fechados na Agrishow será garantido por uma linha de taxa pós-fixada, espelhada ao que pratica o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
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“Abrimos a feira com R$ 200 milhões em negócios já fechados, em um trabalho de visitas aos clientes no interior de São Paulo. Estamos mostrando que é vantagem para o produtor comprar à vista e fazer o crédito conosco”, afirmou França. “A gente acompanha muito a Tabela Focus e vê uma queda de juros ainda tímida neste ano, mas que vai ceder mais no ano que vem.” Ele também destaca que os negócios fechados não tem a comissão (taxa flat), que incide sobre o valor total da compra e que o atual cenário econômico e de safra direciona o banco a “a apostar nos financiamentos mais longos e com taxas pós-fixadas”, o tipo de crédito que daria mais segurança e previsibilidade na produção agrícola.
Outra aposta do Santander é seu modelo de consórcio com taxa de 11,25% para operações fechadas entre 48 meses e 92 meses. A modalidade tem resistência por parte dos produtores rurais, mas o banco fez um empacotamento que acredita ser vantajoso, o que pode colaborar com a queda dessa resistência. “Conseguimos contemplar a carta de crédito em até 120 dias para 98% dos consórcios contratados”, diz França.
No ano passado, o banco fechou nesta modalidade um montante de R$ 430 milhões. Em 2022, essa foi a modalidade de aposta na Agrishow, em função da escassez de máquinas e equipamentos na feira que, segundo o executivo, foi superada. A oferta hoje está normalizada.
“Muitos produtores de soja e milho estão segurando suas produções porque agora, nesse momento, os preços estão muito próximos dos custos”, diz França. Os produtores estão esperando por preços melhores nos próximos meses e esse tempo dá fôlego às operações. “Nosso objetivo é dar o suporte para o cliente no curto prazo.”
França ainda falou, durante uma coletiva na tarde de ontem, sobre um piloto para o Novo Seguro Safra, que a instituição já fez com produtores no Paraná, visando o seguro da safra de inverno e agora faz no interior de São Paulo, enquanto espera pelo Plano Safra que é anunciado, todos os anos, até o final de junho. “Não temos, ainda, nenhum prognóstico do que pode vir para o próximo período. Mas, quando olho para a frente, essa é uma análise minha, pode vir uma queda dos valores elegíveis de pelo menos 2%. Acredito que está dada a queda nos recursos subsidiados.”
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