Banco JP Morgan assume o First Republic após intervenção do governo dos EUA

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Mike Segar/Reuters

Agência do First Republic em Manhattan: perda de depósitos devido à quebra do vizinho

O JP Morgan Chase, um dos maiores bancos americanos, anunciou nesta segunda-feira (1) que comprou o First Republic Bank por um valor não divulgado. O First Republic sofreu uma intervenção pelos reguladores financeiros também na segunda-feira, depois que os esforços para resgatar o banco durante o fim de semana não foram bem-sucedidos. A intervenção é a maior falência bancária de 2023 e a segunda maior da história americana, superando até a do Silicon Valley Bank.

O JP Morgan Chase assumirá todos os depósitos da First Republic e a maior parte de seus ativos, informou a FDIC (Federal Deposit Insurance Corporation) em um comunicado. A FDIC é uma autarquia americana que protege os depositantes no caso de uma falência bancária, função semelhante à do FGC (Fundo Garantidor de Crédito) no Brasil.

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Em um comunicado à imprensa na segunda-feira, o FDIC informou que “como parte da transação, as 84 agências do First Republic Bank em oito estados serão reabertas como agências do JPMorgan hoje, durante o horário comercial. Todos os depositantes do First Republic Bank se tornarão depositantes do JPMorgan e terão acesso total a todos os seus depósitos.”

Como parte do acordo, o FDIC concordou em compartilhar as perdas da transação com o JP Morgan. A autarquia federal estima que seu Fundo de Seguro de Depósito sofrerá um impacto de US$ 13 bilhões.

Corrida bancária

Conforme o FDIC, o First Republic detinha um total de depósitos de US$ 103,9 bilhões (R$ 524 bilhões) no dia 13 de abril. Os recursos parecem ter diminuído nas últimas semanas. O JP Morgan informou que espera assumir o controle de aproximadamente US$ 92 bilhões (R$ 466 bilhões) em depósitos e US$ 203 bilhões (R$ 1,03 trilhão) em ativos. Isso inclui US$ 173 bilhões (R$ 877 bilhões) em empréstimos e cerca de US$ 30 bilhões (R$ 150 bilhões) em títulos.

O CEO do JPMorgan, Jamie Dimon, disse sobre o acordo: “Nosso governo nos convidou e a outros para participar, e nós o fizemos”. Dimon acrescentou que a oferta foi feita “de forma a minimizar os custos para o FDIC”.

Na semana passada, o First Republic viu suas ações caírem para mínimas históricas, recuando cerca de 97% desde o início de 2023, depois que o banco divulgou seu resultado do primeiro trimestre de 2023. No relatório, o banco informou uma perda rápida de depósitos, que recuaram 41%. Os depósitos totais do banco eram de US$ 105 bilhões (R$ 532 bilhões) no fim do primeiro trimestre, bem abaixo das previsões dos analistas de US$ 135 bilhões.

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A culpa é do vizinho

O First Republic tem em seu balanço muitos financiamentos imobiliários que pagam juros baixos. No entanto, o que causou os problemas não foi a qualidade dos ativos. A corrida que derrubou o SVB em março também provocou fortes saques no First Republic. A justificativa parece ser apenas a proximidade geográfica com o SVB e o fato de ele compartilhar alguns depositantes. Preocupados, os clientes da área de São Francisco retiraram seu dinheiro dos dois bancos e enviaram para fundos de renda fixa e bancos maiores, como o Wells Fargo (WFC).

A falência do First Republic segue-se ao súbito colapso do Silicon Valley Bank e do Signature Bank em março, que levantou temores de um contágio mais amplo no setor bancário. Os reguladores federais foram forçados a intervir para garantir todos os depósitos no Silicon Valley Bank e no Signature Bank em um esforço para acalmar os mercados.

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