As vendas no varejo no Brasil perderam a força em fevereiro, embora a um ritmo um pouco melhor do que o esperado, em meio a um cenário desafiador de juros elevados que encarecem o crédito e deixam a economia em marcha lenta.
Em fevereiro, as vendas no varejo tiveram queda de 0,1% em comparação com o mês anterior, conta expectativa em pesquisa da Reuters de retração de 0,2%.
Em relação ao mesmo mês do ano anterior, as vendas avançaram 1,0%, sétimo resultado positivo nesta base de comparação e um pouco melhor que a projeção de alta de 0,9%.
Os dados foram divulgados nesta terça-feira (25) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e o resultado de fevereiro mostra forte desaceleração em relação ao aumento de 3,8% das vendas visto em janeiro, quando houve recuperação depois de um período de Black Friday e Natal ruins.
Com isso, o patamar atingido em fevereiro está 3,0% acima do nível de fevereiro de 2020, pré-pandemia.
Acompanhe em primeira mão o conteúdo do Forbes Money no Telegram
Entre as oito atividades de varejo pesquisadas, seis tiveram contração das vendas em fevereiro. O destaque foi a queda de 0,7% do grupo de hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, que representa mais de 40% do peso mensal da pesquisa.
Também chamaram a atenção as quedas de 6,3% de tecidos, vestuários e calçados e de 10,4% de equipamentos e material para escritório, informática e comunicação.
“Um fator que ajuda a explicar esse cenário é que janeiro foi um mês de muitas promoções, com estratégia de grandes empresas desses setores de varejo após novembro, com a Black Friday, e dezembro, com o Natal, terem sido meses de baixa. Promoções que não seguiram para fevereiro”, explicou Cristiano Santos, gerente da pesquisa.
O comércio varejista ampliado, que inclui veículos, motos, partes e peças e material de construção, teve aumento de 1,7% das vendas em fevereiro
Depois de encerrar 2022 com fraqueza, o setor de varejo brasileiro deu um salto no início do ano, favorecido por onda de promoções e liquidações, mas tem à frente agora as consequências dos juros altos no país, que encarecem o crédito.
Mas, por outro lado a inflação tem mostrado sinais de desaceleração, em um momento de bom desempenho do mercado de trabalho, além de transferências de renda por parte do governo.
O desempenho do varejo no país acompanha a retração na produção industrial, que em fevereiro teve queda de 0,2% sobre o mês anterior, pior resultado para o mês desde 2021.
O post Vendas no varejo do Brasil perdem força e têm queda em fevereiro apareceu primeiro em Forbes Brasil.