Ibovespa segue aversão a risco em Wall Street e cai 0,81%

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Nesta terça-feira (25), o Ibovespa caiu 0,81% e fechou a 103.106,77 pontos, totalizando um volume financeiro de R$ 18,7 bilhões. O pregão acompanhou o cenário de maior aversão ao risco em Wall Street, e foi pressionado por mais um recuo das ações da Vale (VALE3) diante da desvalorização recente do minério de ferro no exterior.

No Brasil, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que uma queda de juros repentina “na canetada”, ou “artificial”, geraria mais inflação no Brasil. O comentário veio em meio a fortes críticas do governo ao nível da taxa Selic, taxa básica dos juros, atualmente em 13,75%.

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“Se fosse fácil resolver o problema com canetada, já tinha feito, né? Obviamente se a gente fizesse uma queda de juros artificial, o que vai acontecer é que você vai estar passando uma mensagem de que a remuneração não está apropriada para seu risco”, disse a autoridade monetária. As afirmações foram feitas uma semana antes da próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), que ocorrerá nos dias 2 e 3 de maio.

Segundo Marcus Labarthe, da GT Capital: “As falas do presidente do BC vêm sendo observadas com bastante atenção pelo mercado financeiro. A curva de juros demonstra um horizonte de queda nas taxas de juros, essa é a aposta do mercado e a tendência. Porém, Campos Neto vem demonstrando tranquilidade aos questionamentos do governo por uma queda na taxa de juros”.

Destaques do dia

Liderando as baixas, os papéis da MRV (MRVE3) e do Grupo Soma (SOMA3) caíram, respectivamente, 7,72% a R$ 6,10 e 6,44% a R$ 7,55. As ações da Vale (VALE3) continuaram em queda pelo segundo dia consecutivo, recuando 2,93% a R$ 69,85, em decorrência da desvalorização do minério de ferro no exterior.

Na ponta positiva, a Braskem (BRKM5) e a São Martinho (SMTO3) subiram 4,97% a R$ 19,43 e 2,69% a R$ 29,38. Além disso, os papéis do Santander Brasil (SANB11) tiveram uma alta de 1,49% a R$ 26,76. A instituição abriu nesta manhã a temporada de balanços do primeiro trimestre para os grandes bancos do país, registrando um lucro líquido de US$ 2,14 bilhões no primeiro trimestre, 46,6% abaixo do resultado obtido um ano antes, mas acima do esperado pelo mercado.

No Exterior

Nos Estados Unidos, os principais índices de Wall Street caíram após a divulgação de mais balanços corporativos. Os agentes financeiros seguem no aguardo por dados de atividade econômica e leitura da inflação americana ainda nesta semana. Estes indicadores devem ajustar as expectativas dos investidores para os próximos movimentos do Federal Reserve, que atualmente esperam por uma alta de 0,25 ponto percentual na taxa básica de juros.

Na Europa, as ações espanholas registraram a sua pior sessão em um mês com o Santander, que tem forte peso nos índices, na lanterna de uma queda entre os bancos em meio a uma rodada decepcionante de balanços corporativos para o setor, enquanto uma perspectiva encorajadora da Novartis apoiou as ações de saúde.

Na Ásia, as ações da China fecharam em queda pela quinta sessão consecutiva para a mínima em cerca de um mês, depois que dados destacaram uma recuperação econômica desigual, ao mesmo tempo em que investidores se preocupam com riscos geopolíticos persistentes.

(Com Reuters)

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