O Brasil terá uma Campanha Nacional de Prevenção da Exposição Indevida ao Sol. A iniciativa, prevista na Lei 14.539/23, sancionada no início de abril, contará com informações de alerta, que serão veiculadas anualmente durante as férias escolares, em diversos meios de comunicação.
O texto original previa “conscientizar a população sobre os riscos e as consequências da exposição indevida ao sol, e implementar medidas para facilitar o acesso a protetor solar”.
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No entanto, a implementação das medidas de acesso foi vetada por inconstitucionalidade, já que tais incentivos ficais seriam contrários à Constituição e uma lei específica teria de regular o assunto. Este, então, é um ponto em que ainda precisaremos avançar.
O foco no público escolar se justifica: a exposição indevida ao sol e aos raios ultravioletas tem efeito cumulativo e os abusos da infância e adolescência são sentidos na fase adulta. Pessoas com pele e olhos claros também têm mais chance de desenvolver doenças.
Como medidas gerais de proteção, é indicado:
Evitar a exposição solar entre 10h e 16h
Sempre usar protetor solar, mesmo nos dias nublados
Utilizar chapéus e camisetas que protejam dos raios ultravioletas
Merecem especial atenção lesões novas de pele, que não cicatrizam e sangram, que tenham aumentado de tamanho ou que possuam mais de uma coloração. A análise de um dermatologista pode auxiliar no diagnóstico.
Tumores de pele são os mais incidentes no país
De acordo com o INCA (Instituto Nacional de Câncer), o câncer de pele não melanoma é o mais frequente no Brasil, correspondendo a cerca de 30% de todos os tumores malignos registrados no país. Só neste ano, serão mais de 220 mil pessoas diagnosticadas com a doença.
Mesmo apresentando menor mortalidade, o tratamento pode, em alguns casos, deixar sequelas físicas e funcionais.
Já o câncer de pele não melanoma é considerado o tipo mais grave da doença, especialmente pela grande possibilidade de se espalhar para outros órgãos. As estimativas apontam que quase 9 mil brasileiros devem receber o diagnóstico de melanoma em 2023.
Falamos, aqui, de quase 1/3 dos tumores registrados anualmente aqui no Brasil. A abordagem do câncer de pele, com a prevenção, o acesso ao diagnóstico precoce e ao tratamento correto, é um desafio de saúde. Devemos todos nos engajar nas ações para prevenir os tumores de pele!
Fernando Maluf é cofundador do Instituto Vencer o Câncer e professor livre-docente da Faculdade de Medicina da Santa Casa de São Paulo.
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