A NBA (National Basketball Association), uma das maiores ligas desportivas dos Estados Unidos, inaugurou nesta quarta-feira (19) seu maior espaço de experiências no mundo, o NBA Park. Localizado em Gramado, no Rio Grande do Sul, é o primeiro parque da liga. Embora os Estados Unidos sejam o maior mercado da NBA no planeta, o Brasil foi o selecionado para a empreitada.
A razão é o potencial local. O País é o segundo maior mercado internacional da liga, só perde para a China. Segundo Sérgio Parella, vice-presidente de Licenciamentos e Varejo da NBA para a América Latina, o objetivo é consolidar essa posição do Brasil “É nisso que a empresa vem trabalhando nos últimos anos”, diz ele.
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Segundo o Ibope Repucom, em setembro de 2022, 58 milhões de brasileiros se declararam fãs de basquete. É mais de metade dos 110,5 milhões de internautas do país com 18 anos ou mais consultados no levantamento. Há dez anos, os fãs brasileiros do esporte somavam 20 milhões de pessoas.
Arthur Bernardo Neto, diretor do Ibope Repucom, afirma que o basquete hoje está entre os cinco esportes mais populares do país entre os internautas. Esse crescimento pode ser explicado pela atuação da NBA no Brasil nos últimos anos. O objetivo da marca é estar presente na vida dos brasileiros das mais diversas formas.
“A NBA vai muito além do basquete. É estilo de vida, de música, de comportamento, é uma cultura própria”, afirma o Jonas Ortiz, CEO do NBA Park.
O objetivo da liga é disponibilizar cada vez mais essa cultura para os brasileiros. Atualmente, há 23 lojas da NBA e 200 escolas do esporte, as NBA Basketball School, voltadas para alunos entre 6 e 18 anos.
Nenhum desses produtos são para entretenimento e experiências de engajamento e disseminação da cultura. Para isso, anualmente a marca promove a NBA House, uma exposição completa em São Paulo, com duração aproximada de um mês. Em 2023, o evento está agendado para junho e a expectativa é receber 44 mil visitantes. A NBA House era a maior ativação da marca com os fãs até o ano passado. Segundo Parella, a única deficiência do evento é ele ser temporário e não permitir um contato próximo com o fã o ano inteiro. O executivo diz que o NBA Park deverá suprir esse vácuo a partir de agora.
NBA Park
O NBA Park possui quatro mil metros quadrados, com capacidade para até 3 mil pessoas usufruírem do espaço ao mesmo tempo. São 15 atividades – restaurante, café e lojas – distribuídos em cinco andares, em meio a espaços instagramáveis e interativos.
Há uma arena central para jogar basquete, circuitos para testar as habilidades dos visitantes, interações de realidade aumentada, simulação como juízes, museu com 25 objetos autografados de ídolos do esporte como Michael Jordan e LeBron James, entre outras atrações.
Parella e Ortiz não revelam o valor do investimento. “Não foi barato”, disseram, em tom de brincadeira. A expectativa deles é receber entre 250 mil e 300 mil pessoas ao ano. Considerando entradas entre R$ 124,50 e R$ 249, somente a receita com ingressos pode chegar a R$ 60 milhões.
Entretanto, o maior potencial de receita não está nos ingressos, mas nas vendas do restaurante e da loja. O restaurante, por exemplo, possui mais de cem itens no cardápio, entre entradas, pratos, lanches, sobremesas e bebidas temáticas com os nomes da franquia. A capacidade é para 150 pessoas simultaneamente.
Já a loja é a terceira maior da NBA no Brasil, com 400 metros quadrados e mais de 6 mil itens licenciados à venda. Ortiz afirma que para o futuro também há projetos para eventos exclusivos.
Uma das apostas da liga para o parque também está na sua localização. Gramado é uma das cidades turísticas mais visitadas do Brasil. Com cerca de 35 mil habitantes, mais de 80% da arrecadação da cidade é do turismo. São mais de seis milhões de visitantes anuais.
Ortiz afirma que Gramado é conhecida por muitas atrações, como parques temáticos e museus. A cidade abriga o Parque da Mônica, o Parque Terra Mágica, o Snowland, o Mundo a Vapor, entre outros. Recentemente a NASA também inaugurou o seu parque na região, o Space Adventure.
Parella e Ortiz dizem acreditar que o público potencial é amplo. Embora o maior volume de turistas sejam brasileiros, vizinhos da América Latina também são potenciais. Um levantamento de perfil realizado pela prefeitura da cidade mostrou que, em 2022, apenas 2% dos turistas eram estrangeiros vindos do Uruguai, Paraguai e Argentina.
Segundo Parella, não há previsão de criação de outros NBA Park no Brasil ou fora, mas a possibilidade existe e “agora já temos uma referência, o que não existia para esse”.
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