A Nissan está desenvolvendo planos de crescimento em áreas como software e veículos elétricos de maneira independente da Renault, em um momento em que as montadoras trabalham para finalizar os termos de uma aliança mais limitada, disseram sete fontes com conhecimento do assunto.
A terceira maior montadora do Japão em vendas está procurando um parceiro fora do setor automotivo para desenvolver software que conecte veículos à internet, disseram duas fontes envolvidas nas discussões sem dar detalhes. Isso resolveria uma fraqueza da Nissan à medida que a empresa tenta tornar seus carros “mais inteligentes e conectados”, disse uma das fontes.
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A montadora também está trabalhando em uma estratégia própria para veículos elétricos para os mercados norte-americanos e asiáticos, disseram as fontes.
O conselho de administração da Nissan se reuniu nesta semana para discutir um reequilíbrio que fará com que a Renault reduza sua participação na Nissan de 43% para 15%, igualando o tamanho da participação da montadora japonesa no grupo francês. Com isso, a Nissan terá direitos recíprocos de voto na aliança.
Sob a nova aliança, a ser finalizada até meados do ano, a Nissan também investirá no nova divisão de veículos elétricos da montadora francesa, Ampere.
O desequilíbrio na parceria há muito incomodava executivos da Nissan, que reclamavam que a Renault não pagava sua parte justa nos custos de inovação e desenvolvimento. A estratégia da Nissan reflete uma crença dentro da montadora de que a aliança de 23 anos já percorreu a maior parte dos maiores desafios que enfrenta, disseram as fontes.
Embora a Nissan tenha economias na aquisição compartilhada de peças com a Renault, o grupo japonês não tem planos de fornecer suporte de engenharia à Ampere, disseram duas das fontes.
A Nissan também não tem planos de fornecer sua tecnologia híbrida e-Power para uma joint venture que a Renault tem com a chinesa Geely e a Saudi Aramco, focada em motores a gasolina, disseram duas das fontes.
A estratégia de “fazer sozinha” está moldando um plano de longo prazo da Nissan que pode ser anunciado até o final do ano, com foco em melhorias no desempenho operacional, eletrificação e software que permitam recursos de “carros conectados” e direção autônoma, disse uma das fontes.
“Mesmo que a Renault obtenha algo da Nissan, os benefícios na direção oposta são difíceis”, disse uma segunda fonte com conhecimento da posição da Nissan. “As restrições da Renault foram embora, e podemos nos mover livremente”.
Em uma declaração conjunta à Reuters, Nissan e Renault disseram que estão trabalhando em direção aos termos finais da parceria que os tornarão a aliança mais competitiva. As empresas também disseram que planejam detalhar os já anunciados projetos de cooperação para Índia e América Latina.
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