O grupo imobiliário MRV&Co teve no primeiro trimestre maior venda para o período na história da empresa, impulsionada por lançamentos maiores no final do ano passado e alta de preços, em um desempenho que ajudou a companhia a manter redução de queima de caixa em relação a trimestres anteriores.
A divisão incorporação da empresa apurou vendas no conceito VGV de R$ 1,8 bilhão nos três primeiros meses deste ano, uma expansão de 20,5% sobre o desempenho do mesmo período de 2022 e de 21,5% sobre o último trimestre do ano passado, segundo dados operacionais divulgados pela companhia hoje (12).
O desempenho foi catapultado por crescimento de quase 25% no preço médio dos apartamentos vendidos pela empresa no primeiro trimestre ante um ano antes, o que ajudou a minimizar o efeito de queda de 3,5% no volume comercializado.
Segundo o vice-presidente financeiro da MRV, Ricardo Rodrigues, março foi o mês de melhor venda do trimestre e a expectativa é que o segundo trimestre registre vendas “parecidas com o mês de março”.
Os lançamentos da MRV no primeiro trimestre desabaram, mostrando quedas de 38,7% frente ao mesmo período de 2022 e de 77% na comparação com os três últimos meses do ano passado, a R$ 637 milhões.
Rodrigues afirmou que o desempenho dos lançamentos já era esperado dada a intensificação de novos empreendimentos da empresa no final do ano passado. “Temos um conjunto enorme de projetos já aprovados”, disse o executivo. “Definitivamente, lançamento não será gargalo”, acrescentou.
Segundo ele, no segundo trimestre a MRV vai ter uma “retomada importante” nos lançamentos ante os três primeiros meses do ano, com “probabilidade grande de lançar mais que no segundo trimestre de 2022”. A companhia teve lançamentos de cerca de R$ 2 bilhões entre abril e junho do ano passado, considerando as unidades MRV e Sensia.
A companhia terminou o primeiro trimestre com um consumo de caixa de cerca de R$ 120 milhões, uma redução ante os R$ 286 milhões do final do ano passado e dos R$ 354 milhões do início de 2022.
Rodrigues afirmou que a companhia espera conseguir voltar a gerar caixa no terceiro trimestre, em meio a ações focadas em melhora da rentabilidade que incluem saída gradual da empresa de 40 cidades do Brasil.
Mas como o dado de geração de caixa do primeiro trimestre veio “melhor que o esperado”, segundo o executivo, “pode ser que no segundo trimestre tenhamos um resultado melhor, podendo chegar perto de resultado positivo”.
Se a companhia conseguir uma geração de caixa positiva no terceiro e no quarto trimestres, no ano a empresa terá uma reversão da linha, com um resultado “pequeno, mas positivo”, disse Rodrigues. Em 2022, a MRV teve uma queima de caixa de R$ 847 milhões, ante consumo de cerca de R$ 510 milhões em 2021.
Questionado sobre as expectativas em torno do programa habitacional Minha Casa Minha Vida, o vice-presidente financeiro da MRV&Co afirmou que tem visto o governo preocupado não apenas em uma retomada da faixa 1 como também da 2. “Está ficando cada vez mais concreto o aumento do subsídio… Pelo menos as discussões estão amadurecendo”, afirmou.
Já sobre os negócios da empresa nos Estados Unidos, onde a unidade Resia não registrou vendas no primeiro trimestre, o executivo afirmou que os negócios de locação de imóveis “estão indo bem, com preço bom e alta taxa de absorção pelos clientes”.
Segundo ele, a projeção para a unidade norte-americana era de vendas a partir do segundo trimestre.
A MRV&Co programou a divulgação de seus resultados completos do primeiro trimestre para 15 de maio.
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