Como é a coleção pessoal de joias mais valiosa do mundo, agora à venda

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Colar de safiras coloridas e esmeraldas da Bulgari, parte da coleção de joias de Heidi Horten, à venda na Christie’s Geneva em maio

A coleção pessoal de joias da falecida filantropa austríaca e colecionadora de arte Heidi Horten irá a leilão em maio pela Christie’s, estimada em US$ 150 milhões (R$ 750 milhões) – número que a torna o acervo privado de joias mais valioso do mundo.

Entre as peças de destaque estão alguns dos melhores exemplos de arte e artesanato da história da joalheria no mundo. Esse valor para uma única coleção supera com folga o recorde de mais de US$ 100 milhões que pertencia a Elizabeth Taylor Collection e Maharajas & Mughal Magnificence.

Fundação Heidi Horten

Heidi Horten com colar Briolette da Índia na década de 1980

Os detalhes exatos da coleção de 700 peças eram, até recentemente, objeto de rumores na comunidade de colecionadores, mas a Christie’s confirmou no começo do mês que o espólio inclui joias icônicas, tanto históricas quanto contemporâneas, de marcas como Harry Winston, Tiffany, Cartier e outras. Além de uma coleção significativa de joias de jade, ele inclui um grande número de peças da casa de joias italiana Bulgari, ilustrando 50 anos do design e habilidade artesanal da maison.

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Junto à filantropia e pesquisa médica, a receita das vendas apoiará a Coleção Heidi Horten de arte moderna em Viena, inaugurada pouco antes da morte da colecionadora, em junho de 2022, e que abriga seu significativo acervo de arte moderna e contemporânea.




De acordo com Anthea Peers, presidente da casa de leilões na Europa, Oriente Médio e África, o leilão representa “um momento histórico para a Christie’s, ao ter o privilégio de oferecer uma das coleções de joias originárias da Europa mais finas e importantes do mundo. Além disso, testemunhar um esforço filantrópico dessa magnitude é tão raro quanto notável”. Espera-se que o dinheiro arrecadado financie as operações do museu por décadas.

Entre os destaques da venda estão o famoso colar Briolette of India de Harry Winston, com diamantes, e o anel com o rubi Sunrise de 25 quilates, considerado uma das gemas mais excepcionais do mundo, da Cartier. Um colar de pérolas naturais de três fios, também de Harry Winston, pode chegar a até US$ 10 milhões (R$ 50 milhões), graças a um fecho de diamante rosa em formato de almofada de 11 quilates.

A Heidi Horten Collection será vendida em dois leilões ao vivo, em Genebra, e uma venda online, de 3 a 15 de maio, seguida de uma segunda venda online, em novembro. Cerca de 40 peças estão atualmente em exibição em Hong Kong, e 400 delas serão expostas no Hotel des Bergues em Genebra, na Suíça, de 7 a 12 de maio.

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Colar com o diamante Briolette of India

Enquanto se preparam para o leilão histórico, Rahul Kadhaika, chefe internacional de joias da Christie’s, e Max Fawcett, especialista em joias de Genebra, explicam o que torna a coleção de Heidi Horten tão especial.

Forbes: Qual você considera a peça mais significativa da coleção?

Rahul Kadhaika: O Briolette da Índia é um diamante incrível, lapidado pelo célebre lapidador Atanik Eknayan em Neuilly, França, entre 1908 e 1909. Ele foi apresentado, suspenso em uma grande pérola natural, no famoso livro de Hans Nadelhoffer sobre joias Cartier. O filantropo americano George Blumenthal comprou a pedra da Cartier em 1910 e, em 1946, sua viúva vendeu a pedra para Harry Winston. Um ano depois a pedra foi vendida a um marajá indiano, em uma joia projetada para ser um pingente em um colar, um broche ou um diadema. Ela permaneceu na posse do marajá até que ele faleceu, e Winston a readquiriu em 1956. Posteriormente, foi vendida para a Sra. I. W. Killam, do Canadá, e comprada pela terceira vez por Winston em 1967.

Em 1971, o Briolette foi vendido ao Sr. e Sra. Horten e permaneceu na coleção do casal por 52 anos. Esta é a primeira vez que este diamante de 90 quilates, de cor D [incolor] e com um formato elegante, é colocado à venda em leilão.

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Max Fawcett: O rubi Sunrise é o mais importante já oferecido em leilão. Com mais de 25 quilates e cor vermelha ‘sangue de pombo’, foi vendido anteriormente em leilão por US$ 30 milhões, em 2014. Ele possui uma cor homogênea altamente atraente, pureza fina e um brilho excepcional. É, sem dúvida, uma das gemas mais raras da Terra.

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Anel com o rubi Sunrise

F: A venda inclui peças modernas e históricas. Como vocês esperam que os compradores reajam a cada uma dessas categorias?

RH & MF: Muito bem e com entusiasmo, já que a coleção tem joias de preços diferentes, que vão de US$ 10 mil a mais de US$ 10 milhões (R$ 50 mil a R$ 50 milhões). Esta oferta tem uma peça para cada tipo de colecionador, seja ele novato ou muito estabelecido.

F: O que Heidi Horten procurava ao colecionar?

RH & MF: Prazer. Se Heidi se apaixonava por uma peça, às vezes pedia às maisons que a criassem para ela em diferentes tons de ouro, ou com safiras e rubis. Seu acervo era um mistério entre os colecionadores de joias, pois ninguém sabia exatamente o que ou quanto ela possuía.

F: Além de seu valor, o que diferencia a coleção Horten?

RH & MF: Ela colecionou por mais de 60 anos com um olhar treinado, combinando de forma magnífica o design moderno de joias com peças históricas, além de construir uma coleção de mais de 30 joias de jade excepcionais, com um conhecimento equivalente ao de qualquer colecionador asiático.

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Anel de jadeíta e diamante, parte da Heidi Horten Collection

F: Existem outros focos específicos na coleção?

RH & MF: A Sra. Horten deve ter sido a melhor cliente da Bulgari, pois esta é a maior oferta de joias da grife já apresentada em leilão. São cerca de 130 peças, exibindo 50 anos dos melhores designs da maison italiana.

F: Quais são suas opiniões sobre o mercado de joias de acervo no momento?

RH & MF: É um mercado muito forte no momento. Recentemente, vendemos joias do acervo Rockefeller, Getty e Eisenhower (que estarão em leilão) em Nova York em junho. O mercado de joias de acervo continua a crescer, com cada vez mais colecionadores em busca das melhores joias vintage, especialmente aquelas com grande procedência.

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