O dólar caía frente ao real nesta terça-feira (11), com investidores digerindo os dados de março do IPCA enquanto aguardavam uma importante leitura de inflação norte-americana a ser publicada amanhã.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,71% em março, abaixo do esperado, após alta de 0,84% no mês anterior, informou o IBGE hoje. Nos 12 meses até março o índice acumulou alta de 4,65%, contra 5,60% antes –a taxa mais baixa e a primeira vez abaixo de 5% desde janeiro de 2021.
“De olho no local, mercado deve ajustar posições depois de o IPCA ter vindo abaixo da mediana do mercado. Esse alívio deve estimular o real e a bolsa”, disse à Reuters Fernando Bergallo, diretor de operações da FB Capital.
Às 9:47 (horário de Brasília), o dólar à vista recuava 0,43%, a R$ 5,0440 na venda.
Na B3, às 9:47 (horário de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,57%, a R$ 5,0580.
Ao mesmo tempo “o mercado está refletindo um exterior ameno”, acrescentou Bergallo. “Bolsas lá fora estão dando fôlego para o Ibovespa aqui e… a maioria das moedas ligadas a commodities está performando bem hoje.”
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No exterior, o índice do dólar contra uma cesta de pares fortes caía cerca de 0,30%.
Todos os olhos estão voltados para dados de inflação nos Estados Unidos agendados para quarta-feira, com economistas prevendo que os preços ao consumidor cresceram 5,2% em março na base anual, após aumento de 6,0% em fevereiro. No entanto, o núcleo dos preços deve ter subido 5,6%, um ritmo ligeiramente mais rápido em comparação com os 5,5% de fevereiro.
Qualquer dado forte no relatório de inflação deve alimentar apostas de que o Federal Reserve continuará elevando os juros em sua próxima reunião de política monetária, no início de maio. Atualmente, os mercados futuros já precificam cerca de 70% de chance de o banco central norte-americano subir sua taxa básica em 0,25 ponto percentual.
Quanto mais altos os juros nos EUA, mais o dólar tende a se beneficiar globalmente de redirecionamentos de recursos para o mercado de renda fixa norte-americano.
Por outro lado, com a taxa Selic ainda em 13,75%, o Brasil segue oferecendo uma rentabilidade muito atraente para agentes financeiros externos, o que tem sustentado o real nas últimas semanas.
O Citi disse em relatório desta terça-feira que é provável que os mercados globais operem em “modo de realização de lucros” antes dos dados de inflação dos EUA, mas reafirmou seu otimismo em relação a moedas latino americanas de alto retorno –o que inclui o real.
Bergallo, da FB, disse ainda que “o cenário político local segue sem ruídos a um bom tempo, o que certamente ajudou o real e nos permitiu surfar um pouco na inclinação a risco vinda do exterior, acomodando o dólar aí perto dos 5,00”.
Na véspera, a moeda norte-americana spot subiu 0,15%, a R$ 5,0659 na venda.
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