Antes de fundar a Mica Crafted Chocolates, chocolateria que hoje produz mais de 2 mil bombons coloridos por dia, além de barras, fatias e, durante a Páscoa, ovos como o de batatinha chips – que entrou na lista da Forbes dos melhores deste ano –, a confeiteira Michelle Kallas precisou transicionar de carreira. “Eu não era feliz na advocacia e sabia disso. Até que me deparei com gastronomia e design.”
O que começou em 2017 com um Instagram e uma pequena sala hoje tem loja física em Pinheiros e dezenas de funcionários. “Nosso DNA é fazer chocolates que saiam da mesmice e sejam impactantes tanto no visual quanto no sabor”, diz Michelle, chamada de Mica desde criança.
A ideia é fugir do óbvio e inovar com bombons de “comer com os olhos”, harmonizações inusitadas, elegantes e, claro, saborosas. “Em breve, vamos trabalhar em parceria com uma marca de sabonete e criar bombons inspirados nesses sabonetes”, revela.
Enquanto, em São Paulo, a empreendedora está à frente de todas as áreas da Mica e da loja física, na Bahia, Ana Paranhos cuida da produção tree to bar – que envolve desde o plantio do cacau até a elaboração e distribuição do chocolate– da Cruzeiro do Sul. “Sabemos como ninguém como são todas as etapas de elaboração do produto”, diz ela.
Carioca, Ana cresceu envolvida pelo aroma do cacau secando nas barcaças e das amêndoas torradas quando visitava a fazenda da avó materna, na Bahia, estado onde vive há 30 anos.
Paranhos faz parte da quarta geração da família no ramo e criou a marca de chocolates há sete anos. O cultivo nos quase 100 hectares de terras logo foi transformado em orgânico e depois biodinâmico (agricultura baseada na filosofia Antroposófica). “A preocupação com a natureza e com as pessoas que lidam com a terra trouxe esse impulso de não permitir mais a entrada de adubos químicos ou inseticidas nos plantios de cacau.”
Hoje, são três fábricas e duas fazendas certificadas que geram chocolates com densidades de 60% a 100% cacau. Alguns sabores ainda levam óleos essenciais, como laranja, tangerina e menta, que Ana mesmo destila artesanalmente, além de leite de coco e cupuaçu.
Em clima de Páscoa, conheça outras mulheres que trabalham com chocolate, em produções sofisticadas e complexas, com algumas que se iniciam na escolha das variedades de cacau e no plantio da árvore.
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