Mulheres chocolateiras: como elas produzem, criam e empreendem com chocolate

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Juliana Frug

Do direito à gastronomia, Michelle Kallas criou a Mica em 2017 com a ideia de inovar com um chocolate impactante tanto no visual quanto no sabor

Antes de fundar a Mica Crafted Chocolates, chocolateria que hoje produz mais de 2 mil bombons coloridos por dia, além de barras, fatias e, durante a Páscoa, ovos como o de batatinha chips – que entrou na lista da Forbes dos melhores deste ano –, a confeiteira Michelle Kallas precisou transicionar de carreira. “Eu não era feliz na advocacia e sabia disso. Até que me deparei com gastronomia e design.”

O que começou em 2017 com um Instagram e uma pequena sala hoje tem loja física em Pinheiros e dezenas de funcionários. “Nosso DNA é fazer chocolates que saiam da mesmice e sejam impactantes tanto no visual quanto no sabor”, diz Michelle, chamada de Mica desde criança. 

A ideia é fugir do óbvio e inovar com bombons de “comer com os olhos”, harmonizações inusitadas, elegantes e, claro, saborosas. “Em breve, vamos trabalhar em parceria com uma marca de sabonete e criar bombons inspirados nesses sabonetes”, revela.

Enquanto, em São Paulo, a empreendedora está à frente de todas as áreas da Mica e da loja física, na Bahia, Ana Paranhos cuida da produção tree to bar – que envolve desde o plantio do cacau até a elaboração e distribuição do chocolate– da Cruzeiro do Sul. “Sabemos como ninguém como são todas as etapas de elaboração do produto”, diz ela. 

Ana Paranhos está à frente da produção de chocolate tree to bar da Cruzeiro do Sul, na Bahia

Carioca, Ana cresceu envolvida pelo aroma do cacau secando nas barcaças e das amêndoas torradas quando visitava a fazenda da avó materna, na Bahia, estado onde vive há 30 anos. 

Paranhos faz parte da quarta geração da família no ramo e criou a marca de chocolates há sete anos. O cultivo nos quase 100 hectares de terras logo foi transformado em orgânico e depois biodinâmico (agricultura baseada na filosofia Antroposófica). “A preocupação com a natureza e com as pessoas que lidam com a terra trouxe esse impulso de não permitir mais a entrada de adubos químicos ou inseticidas nos plantios de cacau.”

Hoje, são três fábricas e duas fazendas certificadas que geram chocolates com densidades de 60% a 100% cacau. Alguns sabores ainda levam óleos essenciais, como laranja, tangerina e menta, que Ana mesmo destila artesanalmente, além de leite de coco e cupuaçu.

Em clima de Páscoa, conheça outras mulheres que trabalham com chocolate, em produções sofisticadas e complexas, com algumas que se iniciam na escolha das variedades de cacau e no plantio da árvore. 






 

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