O dólar caía pelo sétimo pregão consecutivo frente ao real nos primeiros negócios desta segunda-feira (3), acompanhando a desvalorização da divisa no exterior em meio à disparada nos preços do petróleo, enquanto investidores monitoravam reunião entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
Às 9:28 (horário de Brasília), o dólar à vista recuava 0,36%, a R$ 5,0516 na venda.
Na B3, às 9:28 (horário de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,24%, a R$ 5,0750.
Na sexta-feira, o dólar à vista fechou o dia cotado a R$ 5,0698 na venda, queda de 0,55%. Nas últimas seis sessões completas, a moeda norte-americana acumulou baixa de 4,16%, na maior sequência de perdas desde os oito pregões findos em 25 de março de 2022.
Os contratos futuros do petróleo disparavam nesta manhã, depois que a Arábia Saudita e outros produtores da Opep anunciaram novos cortes na produção de cerca de 1,16 milhão de barris por dia, ameaçando um aumento imediato nos preços.
De um lado, isso beneficiava moedas sensíveis às commodities, como o real, mas também renovava temores sobre a persistência da inflação nas principais economias, o que poderia eventualmente fortalecer o dólar ao levar a mais altas de juros nos Estados Unidos.
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Nesta manhã, o índice que mede a divisa norte-americana contra uma cesta de pares fortes cedia 0,50%, enquanto peso mexicano e dólar australiano, sensíveis aos preços do petróleo, registravam ganhos.
Agora, investidores ficam à espera de um importante relatório de emprego norte-americano a ser publicado na sexta-feira, quando os mercados brasileiros estarão fechados por feriado. “Os números poderão reafirmar o cenário mais resiliente de atividade neste começo de ano, desafiando a trajetória de desaceleração da inflação ao consumidor” nos EUA, disse equipe do Bradesco em nota.
Enquanto isso, no Brasil, a agenda de Haddad prevê reunião com Campos Neto a partir das 17h, no ministério da Fazenda, com presença do secretário-executivo da pasta, Gabriel Galípolo, e de diretores do BC.
A reunião vem depois de na quinta-feira passada o governo ter apresentado sua proposta para as contas públicas, que sugere uma trava para impedir que os gastos federais cresçam mais do que a arrecadação, mas conta também com um limite mínimo para a evolução das despesas, que crescerão sempre acima da inflação. Num geral, o mercado financeiro reagiu de forma benigna ao plano.
Após a apresentação do arcabouço fiscal, o real tem sido “apoiado pelo enfraquecimento dos prêmios de risco local e acreditamos que se manterá atrativo por conta dos altos níveis de taxa de juros” domésticos, disse Eduardo Moutinho, analista de mercado da Ebury.
A taxa Selic está atualmente em 13,75% ao ano, nível elevado que tem sido alvo de críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas que torna o real atraente para uso em estratégias de “carry trade”. Estas consistem na tomada de empréstimo em país de juro baixo e aplicação desse dinheiro em praça mais rentável, de forma que o investidor lucra com o diferencial de taxas.
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