Dólar engata 6° dia de queda frente ao real em sessão volátil

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Dado Ruvic/Reuters

Mulher manuseia notas de dólar

O dólar caía frente ao real pelo sexto pregão seguido nesta sexta-feira (31), em sessão que deve contar com volatilidade devido ao fechamento da Ptax de fim de mês e trimestre, conforme investidores continuam digerindo a proposta do novo arcabouço fiscal do Brasil e reagiam a dados de inflação dos Estados Unidos.

A Ptax é uma taxa de câmbio calculada pelo Banco Central que serve de referência para a liquidação de contratos futuros. No fim de cada mês, agentes financeiros costumam tentar direcioná-la para níveis mais convenientes às suas posições, sejam elas compradas ou vendidas em dólar.

Segundo Guilherme Esquelbek, da Correparti corretora, essa disputa deve gerar “muita volatilidade” hoje, mas ele ponderou que os vendidos, que apostam na queda do dólar, pareciam se sobressair.

Às 10:28 (horário de Brasília), o dólar à vista recuava 0,34%, a R$ 5,0804 na venda, movimento que vem depois de a moeda já ter acumulado baixa de 3,63% nas últimas cinco sessões.

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Com esse tombo recente e considerando a cotação de fechamento da véspera, o dólar ficava a caminho de encerrar março em baixa de cerca de 2,5%, acumulando ainda queda de 3,4% no primeiro trimestre de 2023.

A baixa recente da moeda norte-americana também tem sido atribuída por alguns operadores ao amplo diferencial de juros entre Brasil e Estados Unidos, que torna o real atraente para estratégias de “carry trade”, que consistem na tomada de empréstimo em país de taxas baixas e aplicação desses recursos em praça mais rentável.

Na B3, às 10:28 (horário de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,28%, a R$ 5,0835.

Investidores continuavam digerindo nesta sexta a proposta do governo para o novo arcabouço fiscal, que terá uma trava para impedir que os gastos federais cresçam mais do que a arrecadação, mas contará também com um limite mínimo para a evolução das despesas, que crescerão sempre acima da inflação.

“Sem entrar no tecnicismo da regra, ela tem dividido os analistas, mas nossa visão é que um limite das despesas por meio da receita passada pode ajudar a conter gastos excessivos”, disse a equipe da Guide Investimentos em nota a clientes.

Enquanto isso, Esquelbek, da Correparti, chamou a atenção para a leve alta do dólar no exterior, com seu índice frente a uma cesta de pares fortes avançando 0,14% após dados de inflação dos EUA.

O Departamento de Comércio dos EUA informou nesta sexta-feira que o índice PCE de inflação subiu 0,3% no mês passado, depois de acelerar 0,6% em janeiro. Nos 12 meses até fevereiro, o PCE acumula alta de 5,0%, após 5,3% em janeiro.

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