A médica Amanda Meirelles é considerada uma das participantes favoritas do BBB 23. O seu jeito “desengonçado” chamou a atenção de parte do público, que diz se identificar com a sister por ela ser fora dos padrões estéticos. Aliás, isso chegou a ser usado para justificar seu não-envolvimento com o ex-BBB Cara de Sapato, já que, a princípio, ele não se sentia atraído por ela.
Para a estrategista de imagem e estilo, Priscila Oliveira, o conceito de padrões está tão impregnado no inconsciente coletivo que se pressupõe que ele é a régua de medição para algo bom e aceitável.
Uma busca por uma perfeição inexistente, mas ainda assim faz com que todos os dias mais mulheres se questionem se são boas o bastante para estar no lugar que estão ou capazes de ocupar os lugares que desejam alcançar.
“O conceito de padrão parte de todos os lados, mas como falo do lugar de quem trabalha com imagem e moda, posso garantir que a presença da insegurança por não corresponder esteticamente a esses padrões é cruel demais”, afirma. Segundo ela, dizer que uma mulher só é atraente se ela for um “mulherão” é anular toda a sua identidade e resumi-la a um padrão estético vazio.
Conhecer-se para se aceitar
Nos últimos anos, muitas mulheres têm feito procedimentos estéticos numa tentativa de se encaixar nesse padrão de beleza pré-estabelecido pela sociedade. De acordo com uma pesquisa recente realizada pela Sociedade Internacional da Cirurgia Plástica (ISAPS), o Brasil está na segunda posição no ranking internacional de realizações de cirurgias plásticas, atrás apenas dos Estados Unidos.
Para mudar esse cenário, a especialista acredita que é preciso muito autoconhecimento para despertar a potência que existe dentro de cada mulher. E a moda, usada de maneira responsável, é uma ferramenta poderosa para isso.
“A partir do momento que mulheres começarem a se enxergar e a se perceberem diante do espelho pelo que as tornam únicas, através de suas identidades, a força que mora nos padrões vai começar a diminuir”, diz Priscila.
Na visão dela, mulheres não precisam ser transformadas ou enquadradas em um padrão de beleza. “Elas só precisam ser reveladas e elevadas diante de si mesmas através de uma imagem que as façam perceber a unicidade e força que são, para que através disso se sintam capazes de se colocarem diante do mundo confiantes e certas que podem estar e ocupar os lugares e objetivos que quiserem”, conclui.