Outono pede por mais cuidado com a saúde dos olhos; entenda

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Mal começou o outono e já dá para sentir nos olhos a diminuição da umidade do ar e uma maior concentração da poluição típica do outono, não é mesmo? Essas características desta época do ano são tão ruins para os olhos que podem até fazer com que surjam certos problemas e doenças na área.

Dois dos principais problemas comuns no outono são a síndrome do olho seco e as doenças nas pálpebras, como terçol e calázio. Então para cuidar bem dos olhos durante a estação, é importante saber mais sobre essas condições, seus sintomas e como se prevenir e/ou tratar.

Para isso, veja a seguir as informações trazidas pelo presidente do Instituto Penido Burnier de Campinas, o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto.

Síndrome do olho seco

De acordo com o oftalmologista, a primeira reação dos olhos às alterações climáticas é o ressecamento da lágrima, que atinge 12% da população e causa o olho seco. Esse problema atinge mais mulheres porque a menopausa reduz a produção dos estrogênios e da camada oleosa da lágrima. Outros grupos de risco são os usuários de lente de contato e quem passa muitas horas no computador.

O oftalmologista explica que a lágrima é responsável pela proteção, oxigenação, umedecimento, limpeza da superfície ocular e manutenção de transparência da córnea, lente externa essencial à boa visão.  Por isso, manter os olhos lubrificados evita cicatrizes e é essencial para enxergar bem.

Sintomas

Os sintomas do olho seco elencados pelo oftalmologista são: olhos secos, visão embaçada, coceira, queimação, lacrimejamento excessivo, sensibilidade à luz, fadiga visual no celular ou computador e olhos vermelhos e irritados que podem melhorar com o piscar.

Diagnóstico e tratamentos

Queiroz Neto ressalta que no consultório o diagnóstico do olho seco é totalmente automatizado. As imagens do filme lacrimal permitem ao paciente visualizar a recuperação da lágrima e, por isso, incentivam a adesão ao tratamento, salienta o oftalmologista.

Segundo ele, o tratamento depende do tipo e estágio da alteração. Pode ser feito com uso de colírio lubrificante que varia de acordo com a deficiência diagnosticada ou oclusão de pontos lacrimais, por exemplo.

Prevenção

Para prevenir o olho seco, o oftalmologista indica a inclusão na dieta de nozes e peixes gordos, como bacalhau, salmão e sardinha. Além disso, recomenda a suplementação com ômega 3 encontrado na cápsulas de semente de linhaça, que também protege a retina da ação de radicais livres que acarretam sua degeneração.

Terçol e calázio

Queiroz Neto ressalta que no Brasil o outono é marcado por calor durante o dia, o que facilita a formação de uma bolinhas dolorida ou inflamações na pálpebra, conhecidas como calázio e terçol. Ambos têm sintomas parecidos, como olhos inchados, ferida incômoda na pálpebra, vermelhidão, sensibilidade à luz e dor ao movimentar o globo ocular, mas a diferença é que o calázio não é causado por uma bactéria, mas sim por um processo inflamatório que causa a obstrução do canal de saída de uma glândula sebácea.

Tratamento

Queiroz Neto diz que, ao primeiro sinal de terçol ou calázio, deve-se aplicar no olho, quatro vezes ao dia, compressas mornas durante 15 minutos, feitas com gaze e soro fisiológico. Geralmente, segundo ele, o terçol desaparece espontaneamente – caso isso não aconteça, não deixe de consultar um oftalmologista para indicação de um colírio antibiótico. O calázio, por sua vez, pode necessitar de cirurgia, porque forma um granuloma e pode atrapalhar a visão.

Prevenção

As principais recomendações do médico para evitar doenças nas pálpebras são:

Lave as pálpebras e base dos cílios com xampu infantil de PH neutroRetire toda a maquiagem dos olhos antes de dormirEvite maquiar a borda interna das pálpebrasDescarte as maquiagens vencidasNão compartilhe maquiagem e outros cosméticosFaça um exame de refração em caso de recidivas de calázio

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