Mercados reagem positivamente ao arcabouço fiscal

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Ricardo Moraes / Reuters

Esplanada dos Ministérios: expectativa de que despesas do governo fiquem mais previsíveis

A reação do mercado ao novo arcabouço fiscal foi positiva. O Ibovespa está encerrando o dia com uma alta de 1,8% a 103,6 mil pontos e, no melhor momento do dia, chegou a subir 2,2% para pouco mais de 104 mil pontos. O dólar caiu 0,6% e fechou a cerca de R$ 5,10.

Para os especialistas de mercado, a proposta pode facilitar a gestão das contas públicas e, apesar de ser considerada ambiciosa (por esperar uma arrecadação elevada), ela permite esperar mais previsibilidade nos gastos do governo e no ritmo da atividade econômica.

Forbes conversou com analistas e recolheu as seguintes observações:

Gabriel Meira, da Valor Investimentos, diz que o problema está principalmente na parte das receitas, pois partir do pressuposto que o governo vai continuar com arrecadação elevada é extremamente otimista. “Muita coisa depende de uma diminuição da taxa de juros, que é competência do Banco Central, que é autônomo”.

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Segundo Rodrigo Simões, economista e professor da Faculdade do Comércio, a nova regra fiscal pode ser viável. Ela visa previsibilidade nos gastos e possui mecanismos de autocorreção. Segundo Simões, “a nova situação pode dar um pouco mais de qualidade na gestão dos recursos públicos e das demandas sociais”.

Ricardo Rodil, especialista em investimentos da empresa de auditoria Crowe Macro, avalia que as ideias parecem boas e a projeção de zerar o déficit pode melhorar as expectativas do mercado. No entanto, ele questiona eventuais alterações durante a tramitação. “Depois de passar pelo Congresso, com todos os lobbies e interesses setoriais, o que será realmente aprovado?”

Investimentos

Segundo um relatório da Guide Investimentos, a proposta trouxe tanto elementos positivos quanto negativos. “Um piso para o crescimento dos gastos é um ponto preocupante”, avaliaram os analistas Victor Beyruti Guglielmi, Rafael Pacheco e Fernando Siqueira, em relatório. No entanto, para eles, “o teto atrelado às receitas passadas na prática permite um controle maior do resultado primário, e em última instância da dívida”.

Na avaliação da Guide, o novo arcabouço tem um claro objetivo de garantir a estabilidade das contas públicas, zerando o déficit para 2024 e gerando superávits a partir de 2025. “Considerando que a estimativa para o déficit primário para este ano é de R$ 100 bilhões, é um objetivo bem ambicioso, principalmente quando levando em conta as sinalizações iniciais desse governo”, avaliam.

O novo arcabouço pode levar a uma queda dos juros nos próximos meses, por isso os analistas da Guide recomendam investir em ativos prefixados, como CDB (Certificados de Depósito Bancário) com baixo risco de crédito e debêntures com rating elevado.

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