Estudo avalia o papel da retirada dos ovários para evitar o câncer

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Mulheres com mutação no gene BRCA1 têm risco de até 50% de diagnóstico de câncer de ovário durante a vida

O câncer de ovário é o segundo tumor ginecológico mais comum. Aqui no Brasil, são estimados 7.310 novos casos da doença para 2023. Entre os fatores de risco, estão as síndromes genéticas, história familiar, reposição hormonal e obesidade.

Mulheres com história familiar de câncer de ovário em parente de primeiro grau apresentam risco três vezes maior para o desenvolvimento da doença. O registro familiar de câncer de mama também está associado a um risco aumentado de câncer de ovário. Em muitos destes casos, a avaliação genética é aconselhada para a tomada de medidas preventivas.

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Um estudo muito importante publicado no Journal of Clinical Oncology com 2.557 pacientes avaliou o papel da retirada profilática dos ovários e das trompas em mulheres que tinham a mutação dos genes BRCA1 e BRCA2.

Mulheres com mutação no gene BRCA1 têm risco de até 50% de diagnóstico de câncer de ovário durante a vida. Para pacientes com mutação no BRCA2, essa chance é de até 20%.

Nesta pesquisa, mulheres que não tinham evidências de tumor óbvio foram operadas profilaticamente, numa faixa de idade média de 43 anos. O estudo encontrou, em 1,5% dos casos de BRCA1 e 0,6% de BRCA2, um câncer de ovário que ainda não havia apresentado sintomas, do qual as pacientes foram curadas.

Um dos achados mais relevantes da pesquisa é que, na maioria dos casos, o tumor estava na trompa. Este fato sugere evidências já estudadas no passado, de que o tumor ovariano começa, em geral, na trompa e não propriamente no ovário. 

Esse estudo é muito importante porque mostra que a cirurgia feita profilaticamente em mulheres com mutação de BRCA1 e BRCA2 têm a capacidade de diagnosticar precocemente um câncer em um pequeno percentual de mulheres. 

E, nas mulheres que foram operadas, mesmo naquelas que não têm câncer, existe uma redução de mais de 90% do risco de desenvolverem um câncer dessa região no futuro.

O importante é que as mulheres mantenham uma rotina de visitas periódicas ao médico e relatem quaisquer alterações menstruais ou sangramento vaginal, por exemplo. Infelizmente, não há exame preventivo para diagnóstico precoce do câncer de ovário. 

A boa notícia é que novas estratégicas terapêuticas têm apresentado resultados promissores, proporcionando melhor qualidade de vida e sobrevida às pacientes.

Fernando Maluf é cofundador do Instituto Vencer o Câncer e professor livre-docente da Faculdade de Medicina da Santa Casa de São Paulo.

Os artigos assinados são de responsabilidade exclusiva dos autores e não refletem, necessariamente, a opinião de Forbes Brasil e de seus editores.

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