A modelo Emille do Carmo viralizou nas redes sociais com um vídeo contando que teve complicações após se submeter a uma rinomodelação. A técnica é realizada por meio da aplicação de ácido hialurônico no nariz para disfarçar imperfeições.
No vídeo, a modelo conta que procurou um profissional para realizar a rinomodelação, mas que depois de retirar os curativos, ela percebeu que o seu nariz não estava simétrico. A modelo, então, voltou ao consultório para um segundo procedimento, pois o médico afirmou que poderia consertar o erro.
No entanto, o resultado ficou ainda pior, e Emille acabou desenvolvendo doenças emocionais devido ao impacto do nariz na sua autoestima. “Ele disse que eu precisava esperar meses para ver o resultado, mas mesmo assim o resultado não vinha. Entrei em uma depressão profunda, tive crises de ansiedade, me escondi no quarto, não queria ver meus amigos e nem minha família”, contou.
Riscos da rinomodelação
Segundo o cirurgião plástico Dr. Paolo Rubez, por se tratar de um procedimento não cirúrgico, muitas pessoas podem achar que a rinomodelação é mais segura do que a rinoplastia, mas não é bem assim. O método é considerado perigoso e pode trazer graves complicações para a saúde.
O especialista afirma que um dos maiores perigos é a necrose de pele, que acontece quando o ácido hialurônico é injetado dentro de alguns vasos sanguíneos que irrigam o nariz ou quando há uma grande injeção de produto que comprime os vasos.
“Quando isso acontece, a pele e os tecidos começam a ‘morrer’. A região afetada fica inchada, esbranquiçada e, em alguns casos, com bolhas. A pessoa geralmente sente dor intensa no local. Se a obstrução do vaso não é tratada rápida e corretamente, ela evolui para necrose da região com escurecimento e ‘morte dos tecidos’, alerta o médico. “Além disso, infecção local também pode ocorrer”, acrescenta.
Indicações e cuidados
Diferente da rinoplastia, que é uma cirurgia plástica, a rinomodelação não é definitiva. “O ácido hialurônico é absorvido com o tempo, o que faz perder o efeito estético. Além disso, a rinomodelação não é uma substituta da rinoplastia, já que é um procedimento mais limitado, sendo geralmente indicada para pacientes com pequenas assimetrias e imperfeições no nariz. Ela também só é indicada para narizes que precisam de aumento, na medida em que não é possível reduzir as estruturas com o produto”, destaca.
Outra limitação, de acordo com o médico, é sobre a parte funcional, que não pode ser tratada através da rinomodelação. Aliás, pode até ser piorada dependendo da quantidade de produto e local em que é aplicado. Por isso, é importante sempre procurar um especialista para realizar o procedimento. “Qualquer técnica invasiva no nariz deve ser sempre feita por profissionais médicos para evitar complicações e, se houver, para que a conduta de tratamento seja iniciada o mais rápido possível”, finaliza Rubez.