Há cinco anos, o nome “Inpasa” era praticamente desconhecido no mercado brasileiro. Uma empresa que nasceu no Paraguai e que, desde 2018, passou a chamar a atenção no agronegócio por sua agressividade e capacidade de empreender. Nesse curto período, mantendo foco na produção de etanol de milho, DDGS (grãos secos de destilaria com solúveis), óleo e energia elétrica, o grupo saiu de uma para três indústrias com capacidade duplicada, alcançando R$ 9,3 bilhões de faturamento bruto em 2022. E, mais que isso, atingiu o posto de maior grupo produtor de etanol de milho e derivados da América Latina.
Qual é o segredo para tamanha ascensão nesse tempo recorde? O presidente do grupo, José Odvar Lopes, afirma: “Não podemos pensar no agora’; o agora já foi. Temos que pensar no futuro – sempre”. Segundo ele, a gestão simples, direta e firme e uma proximidade hierárquica “impensável para uma grande empresa” garantem entregas “quase improváveis e um engajamento surpreendente”.
“Nunca tivemos dúvida do que era possível fazer. Com um olhar atento, construímos uma relação de confiança com os clientes, os fornecedores e nossos profissionais, permitindo que todos pudessem se sentir como parte na criação do negócio”, diz Lopes. “Constantemente desafiamos nossas equipes a inovar por meio de tecnologia e da capacidade das pessoas. Elas retribuem com eficiência, agilidade e dedicação total. Dessa forma, o sucesso foi consequência.”
Para entender melhor essa cultura, José Lopes volta ao ano de 2006 e relembra quando reuniu pessoas entusiasmadas com um projeto um tanto ambicioso para a pequena cidade de Nova Esperança, no Paraguai. Inicialmente, a indústria foi sendo construída com partes de outras empresas. Peças saídas de diferentes lugares do Brasil tomavam forma graças à “criatividade, confiança e boa vontade de alguns engenheiros que decidiram topar o desafio de construir uma indústria do zero”.
O projeto, que demoraria dois anos para dar lucro, foi uma “verdadeira obra de arte da engenharia”: superados inúmeros desafios técnicos iniciais, o negócio mostrou-se viável para transformar uma matéria-prima abundante, o milho, em produtos tecnológicos, inovadores e versáteis.
Em 2017, a Inpasa, que já tinha duas plantas no Paraguai, decidiu instalar-se no maior celeiro de grãos do Brasil: Sinop, no norte do estado de Mato Grosso. A mudança abriu um novo leque de possibilidades. “A missão era esta: aproveitar a potência do estado e transformar tudo isso em desenvolvimento. Ao mesmo tempo que a gente crescia, muitos outros negócios foram nascendo, parceiros que estão conosco até hoje”, conta Lopes.
Atrelado a isso, o grupo conta com certificações mundialmente reconhecidas, como o selo internacional ISCC, ISO, RenovaBio, Bem-Estar Animal, Câmara Árabe, Kosher e Halal, estas últimas garantindo trânsito livre de mercadorias, inclusive no mundo árabe, um dos mercados mais exigentes da atualidade.
MENOS EMISSÕES
Se a produção de etanol de milho era incipiente poucos anos atrás, hoje é uma das indústrias de transformação que mais cresce no país. A expansão se deu, principalmente, pelo gradativo aumento no plantio de segunda safra.
O grupo também investe em reflorestamento, além de diversas outras fontes de biomassa, usadas na geração de vapor do processo produtivo. Junto às plantas de Sinop e Dourados (inaugurada em 2022), a Inpasa também conta com um parque solar de 23 mil placas, fornecendo energia elétrica renovável para toda a indústria e comercializando o excedente para a rede.
Somadas, essas ações fazem do etanol de milho um combustível com até 80% menos emissões de CO2 se comparado com a gasolina.
GIGANTE AZUL
A Inpasa, chamada carinhosamente de Gigante Azul por seus colaboradores, processa atualmente 7,5 milhões de toneladas de milho por ano em suas cinco plantas no Brasil e no Paraguai – Sinop, Nova Mutum e Dourados, no Brasil; e Nova Esperança e São Pedro, no Paraguai. O carro-chefe da companhia, o etanol, soma 3,5 bilhões de litros produzidos ao ano. O combustível Inpasa já responde por cerca de 10% do mercado brasileiro, o que corresponde ao abastecimento de quase 6 milhões de automóveis.
O grupo também produz 1,8 milhão de toneladas de DDGS ao ano, atendendo grande parte dos mercados brasileiro e paraguaio, além de exportar cerca de 500 mil toneladas/ano para outros 10 países, em cinco continentes. O produto possui 32% de proteína e é destinado tanto a mercados mais tradicionais, como a pecuária de corte, quanto para o exigente mercado de rações pet.
Em terceiro lugar, em volume de produção, está o óleo de milho, com 170 mil toneladas/ano, o que equivale a quase metade do óleo de milho produzido no Brasil. O produto, conhecido pela versatilidade, é matéria-prima para alimentação humana e animal e para a fabricação de óleos especiais, plástico verde e biocombustíveis.
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