O Ibovespa opera em alta de 0,15% na abertura do pregão de hoje (20), a 102.134 pontos perto das 10h10, horário de Brasília. Os investidores estão de olho na repercussão da aquisição do Credit Suisse pelo UBS, que parece não ter aliviado o medo de uma contaminação no setor bancário mundial.
Ao mesmo tempo, a semana de decisões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos continua no radar e deve ditar as movimentações financeiras nos próximos dias.
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Nesse cenário, o dólar sobe 0,13% ante o real por volta das 10h10. A moeda era negociada a R$ 5,2767.
No Brasil, analistas consultados pelo Banco Central fizeram pequenos ajustes às suas projeções econômicas na pesquisa Focus divulgada hoje, e seguem vendo manutenção da taxa básica de juros na reunião desta semana de política monetária.
A pesquisa com uma centena de economistas mostra que eles continuam vendo a Selic no atual patamar de 13,75% tanto na reunião desta semana quanto na de maio, com a taxa fechando este ano a 12,75%. Para 2024 também segue a projeção de juros a 10,0%.
As previsões se mantêm mesmo diante das turbulências que passaram a afetar o setor bancário global nos últimos dias e diante de expectativas sobre o novo arcabouço fiscal.
Para o Produto Interno Bruto (PIB), a estimativa de crescimento também caiu em 0,01 ponto para este ano, a 0,88%, enquanto que para o ano que vem recuou a 1,47%, de 1,50% na semana anterior.
Em Brasília, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente Lula se reuniram na sexta-feira (17) para discutir sobre o novo arcabouço fiscal, mas não houve conclusão. A expectativa é de que o assunto continue a ser discutido amanhã (21).
Mercados internacionais
Nos Estados Unidos, os principais índices acionários andavam de lado, em semana de decisão de política monetária do Federal Reserve, banco central norte-americano.
A decisão do FOMC sai na quarta-feira (22) e a expectativa do mercado aponta para uma alta de 0,25 ponto percentual da taxa de juros do país.
Na Ásia, as ações de Hong Kong caíram para uma mínima de três meses hoje, lideradas por ações de bancos, uma vez que a aquisição orquestrada pelo governo do Credit Suisse pelo UBS não conseguiu aliviar as preocupações do mercado quanto ao risco de contágio.
As ações da China também terminaram em baixa, anulando os ganhos anteriores, apesar das novas medidas de flexibilização monetária de Pequim para apoiar o crescimento econômico.
O Banco do Japão deve estar pronto para trabalhar ainda mais a fim de melhorar as funções do mercado se necessário, disse uma autoridade do banco central japonês na reunião de março, ressaltando a preocupação do banco com o custo crescente de sua política de controle de rendimento de títulos.
O Hang Seng, de Hong Kong, desvalorizou 2,65%; e o BSE Sensex, de Mumbai, fechou o dia em queda de 0,62%. Já na China continental, o índice Shanghai perdeu 0,48%; e no Japão, o índice Nikkei recuou 1,42%.
Na Europa, as ações e títulos de dívida de bancos reduziam perdas nesta manhã, mas seguiam em queda, depois que a aquisição do Credit Suisse pelo UBS, com apoio da Suíça, acabou criando preocupações entre os investidores sobre a saúde do setor no mundo.
As ações do UBS chegaram a cair 16% no início do pregão, a maior queda em um dia desde 2008, em meio a preocupações entre os investidores sobre os benefícios de longo prazo da transação e as perspectivas para os bancos na Suíça, um país que já foi visto como modelo de bancos sólidos.
Em um pacote elaborado por reguladores suíços e apresentado no domingo, o UBS pagará 3 bilhões de francos suíços (U$ 3,23 bilhões) pelo Credit Suisse, fundado há 167 anos, e assumirá prejuízo de até US$ 5,4 bilhões.
Por lá, o Stoxx 600 ganhava 0,51%; na Alemanha, o DAX sobe 0,70%; o CAC 40 em alta de 0,96% na França; na Itália, o FTSE MIB sobe 0,83%; enquanto o FTSE 100 tem valorização de 0,46% no Reino Unido.
(Com Reuters)
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