O banco suíço UBS Group AG fechou um acordo para comprar seu concorrente Credit Suisse por mais de US $ 2 bilhões, anunciou o banco central da Suíça hoje (19). A aquisição acontece enquanto executivos do banco e autoridades suíças correm para conter uma crise desencadeada pelo colapso de dois grandes bancos americanos na semana passada.
Na manhã de hoje, jornais afirmaram que, inicialmente, o UBS tinha feito uma oferta de US$ 1 bilhão, mas o Credit Suisse teria considerado o valor muito baixo. Mesmo com o aumento da oferta para o dobro – US$ 2 bilhões –, o montante representa um desconto de 73% em relação ao valor de mercado do banco suíço na sexta-feira (17).
O UBS irá pagar 0,50 francos suíços (R$ 2,86) por ação, segundo o Financial Times, enquanto a ação do Credit Suisse fechou avaliada em 1,86 francos suíços (R$ 10,64) no último pregão.
O governo suíço ajudou a intermediar o negócio com o objetivo de concluir a fusão antes que os mercados asiáticos abram na manhã de segunda-feira (20). Como parte do acordo, o Banco Nacional Suíço (banco central do país) ofereceu ao Credit Suisse e ao UBS até US$ 108 bilhões (R$ 570,2 bilhões) em empréstimos de assistência à liquidez, disse o comunicado de hoje.
O governo suíço também deve dispensar o período de espera de seis semanas, normalmente exigido antes de uma fusão, segundo o New York Times, e as autoridades suíças devem mudar as leis para não exigir o voto dos acionistas, também para acelerar o acordo, informou o Financial Times.
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Crise do Credit Suisse
O banco suíço já tinha emprestado US$ 54 bilhões do Banco Nacional da Suíça na semana passada. O banco central do país ofereceu ajuda com a liquidez do Credit Suisse “se necessário”, mas o preço das ações caíram quase 7% no dia seguinte à oferta.
As negociações das ações do Credit Suisse chegaram a ser interrompidas na quarta-feira (15) depois que o preço caiu mais de 21%. Na véspera, o banco anunciou ter sofrido “fraqueza material” em seus processos de relatórios financeiros de 2021 e 2022. Em resposta, seu maior financiador, o Saudi National Bank, disse que não compraria mais ações do Credit Suisse.
Com os recentes colapsos do Silicon Valley Bank e do Signature Bank nos EUA, espalhou-se a incerteza de que problemas financeiros mais amplos poderiam ser causados em bancos em todo o mundo.
A desaceleração do Credit Suisse, entretanto, não está ligada ao SVB e ao Signature. Seus problemas são anteriores à crise atual – o ano fiscal de 2022 fechou com uma perda de quase US$ 8 bilhões (R$ 42,25 bilhões).
O próprio banco e alguns de seus executivos e consultores foram recentemente ligados a escândalos, incluindo fraude e falha na prevenção da lavagem de dinheiro.
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