Neste mês, ocorre a campanha mundial do “Março Amarelo”, destinada à conscientização sobre a endometriose. A doença atinge 1 a cada 10 mulheres no Brasil, de acordo com dados do Ministério da Saúde, e causa graves danos à saúde feminina.
A condição ginecológica, que atinge mulheres jovens em idade fértil, acontece quando o endométrio, tecido que envolve a cavidade do útero, começa a crescer em outras partes do corpo. Isso traz um enorme desconforto para a mulher, que sofre com fortes cólicas menstruais e dores durante a relação sexual.
Apesar do sofrimento que a doença provoca, muitas mulheres acabam convivendo por anos com a endometriose por achar que as dores que sentem são normais. Esse é um dos fatores que dificulta o diagnóstico, segundo a ginecopatologista Dra. Karla Kabbach, que lembra a ausência de dor em alguns casos.
Nas situações onde a dor é presente, seja ela durante a menstruação ou nas relações sexuais, a médica orienta consultar um ginecologista o quanto antes para realizar exames e, então, receber um diagnóstico.
“A confirmação diagnóstica de endometriose se dá através da análise microscópica de peças cirúrgicas operadas pelo ginecologista, em caso de suspeita da doença”, afirma ela. “Deve-se identificar histologicamente a presença de tecido endometrial (glândulas e/ou estroma) em localização não habitual, ou seja, fora do útero”, explica.
Dessa forma, somente o patologista, médico especialista treinado para realizar diagnóstico histológico, consegue dar um laudo definitivo sobre a doença e também de condições neoplásicas associadas à ela.
Endometriose dificulta a gravidez?
A endometriose é uma das principais causas de infertilidade em mulheres, especialmente se atingir órgãos importantes para a concepção, como trompas e ovários. Nesses casos, o processo inflamatório decorrente da doença provoca mudanças anatômicas que dificultam a concepção natural.
Contudo, quando a mulher consegue engravidar, a endometriose pode aumentar o risco de complicações, como a gravidez ectópica e o aborto espontâneo, além de hemorragias e parto prematuro após as 24 semanas de gestação.
Por esse motivo, mulheres com endometriose devem ser acompanhadas durante toda a gravidez. Procure seu médico para receber as recomendações adequadas e o melhor tratamento para o seu caso. Assim, é possível ter o total controle sobre a situação e uma gestação mais segura.