Dar “cargos” C-Level para crianças ajuda no desenvolvimento

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Allie Marie

Blake, de 10 anos, e Grant, de 8, ocupam cargos C-Level em uma liga de basquete júnior e participam das tomadas tomadas de decisão

Em média, leva cerca de 15 anos para chegar a um cargo C-Level. Mas e se você pudesse ter uma experiência como executivo antes dos 15 anos?

Meus pais, David e Evelyn Magley, proprietários da liga de basquete de Noblesville, no estado de Indiana, nos EUA, têm uma resposta simples sobre por que decidiram usar títulos de executivos para as crianças da liga júnior, a JrTBL. “Queríamos que os jovens participassem da nossa iniciativa”, disse meu pai. 

Talvez eles tenham sido um pouco tendenciosos ao escolher meus filhos Blake, de 10 anos, e Grant, de 8, como CEO e presidente, respectivamente, da liga. Como uma mãe que trabalha e nunca ocupou um cargo de liderança, revisei bem o documento antes de assinar a permissão.

E percebi que há muito mais pontos positivos do que negativos em meus filhos terem um “cargo executivo”.

Os desafios de ser uma criança executiva

Já trabalhei no ramo de esportes e sei que muitas vezes tomar uma decisão levando em conta a opinião do grupo é algo difícil. 

A maioria das ligas é estruturada como startups e precisa de um financiamento melhor; elas geralmente dão errado ou se juntam para sobreviver. A NBA, por exemplo, surgiu de uma fusão em 1949. A formação da liga pode ser confusa, e tem uma taxa de extinção historicamente alta. A Wikipedia lista que, desde 1800, mais de 186 ligas esportivas profissionais foram extintas em todo o mundo.

O possível fracasso das ligas não se limita ao basquete. Mais recentemente, a XFL, uma liga profissional de futebol americano, parou de jogar após cinco semanas de competição e decretou falência. Não há garantias de que a liga júnior JrTBL, que começou há cinco anos para jovens jogadores serem observados pela NBA, será uma experiência tranquila e de longo prazo para nossos filhos.

Mas mesmo que eles testemunhem o poder da perda e da falta de dinheiro, eles terão pelo menos uma noção do que é preciso para ocupar cargos como esses no mundo real.

>> Leia também: Executivas contam o aprendizado da maternidade que levaram para a carreira

Como as crianças lideram

A maior vantagem de meus filhos assumirem cargos C-Level é que eles podem ver seus avós correndo um grande risco em uma liga profissional que ajuda jogadores, árbitros, locutores e treinadores a conseguirem seus empregos dos sonhos fora dos EUA e na NBA.

“A TBL é uma liga que serve como trampolim para profissionais que desejam entrar no setor”, disse minha mãe, Evelyn, a primeira mulher dona de uma liga esportiva profissional masculina. “Somos diferentes de outras organizações porque não temos cláusulas rescisórias para os contratos dos jogadores. Eles são livres para ir a outros países para competir.”

E a oportunidade da JrTBL é parecida com o “dia de levar seu filho no trabalho”, mas funciona de forma permanente. Criar papéis para as crianças com acesso aos executivos da empresa é tão simples quanto orientar os jovens e apoiar suas ideias para servir à comunidade.

A esperança é que as grandes ​​histórias de sucesso que costumam acontecer na organização inspirem os meninos. Dos 36 jogadores que foram convocados da TBL para a NBA G League, um deles conseguiu um contrato multimilionário de dois anos com o time profissional norte-americano Oklahoma City Thunder. “Ajudamos 362 jogadores a entrarem em times de todo o mundo, e 16 árbitros, 25 dançarinos, seis locutores e três anunciantes foram para a NBA”, disse meu pai.

Funções em um cargo C-Level

Em suas funções à frente da JrTBL, meus filhos e outros participantes do programa se reúnem regularmente, organizam aulas de basquete gratuitas e até tomam decisões sobre programas de educação financeira.

Recentemente, eles fizeram uma camisa e uma bola de basquete oficial para a TBL, que esgotou nos jogos desta temporada. Meu filho de 8 anos teve a oportunidade de falar para 3 mil pessoas sobre a declaração de missão da JrTBL que ele escreveu com seu irmão para “ajudar crianças pequenas a se tornarem líderes, solucionadores de problemas e inovadores”.

Quando perguntamos a Blake, meu filho mais velho, por que ele concordou em assumir esse papel, ele tinha uma resposta de líder na ponta da língua: “Quero ajudar as crianças porque podemos mudar o mundo ensinando habilidades que podem durar a vida toda”.

Se todo CEO tivesse a mesma visão das crianças…

*Jennifer Magley é colaboradora da Forbes USA. Ela trabalha na empresa de tecnologia de recrutamento Averity, deu mais de 100 palestras nos últimos 15 anos e foi nomeada “mulher do ano” pela organização Pass The Torch for Women.

(traduzido por Fernanda de Almeida)

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