A SPE (Secretaria de Política Econômica) do Ministério da Fazenda piorou nesta sexta-feira (17) a projeção oficial para o desempenho da atividade econômica neste ano, passando a prever um crescimento de 1,61%, contra previsão de 2,10% feita em novembro pela gestão anterior da pasta, no governo passado.
A secretaria também apresentou projeção para o Produto Interno Bruto em 2024, uma estimativa de alta de 2,34%, contra previsão anterior de 2,50%. Para 2025, o dado ficou em 2,76%, contra 2,50% antes.
Leia também: OCDE melhora projeção de crescimento global, mas piora para o Brasil
“Dados econômicos divulgados desde a última edição evidenciaram que a desaceleração da economia como consequência do atual quadro monetário e fiscal tende a ser mais forte do que a inicialmente prevista”, informou a secretaria em seu relatório macrofiscal.
A Reuters antecipou há duas semanas que o Ministério da Fazenda previa uma revisão para baixo da projeção oficial de crescimento de 2,1%, patamar distante das estimativas feitas pelo mercado.
Em seu boletim Focus mais recente, o BC mostrou que a mediana do mercado aponta para um crescimento de 0,89% na atividade brasileira este ano, 1,5% em 2024, e 1,8% em 2015, nos três casos menos otimista do que a visão do Ministério da Fazenda.
Membros do governo, incluindo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, têm colocado na conta do Banco Central a responsabilidade pela desaceleração da atividade, com críticas ao nível elevado dos juros no país.
A projeção da SPE também serve de base para a avaliação das contas do governo. Uma revisão do PIB para baixo significa que a expectativa para a arrecadação de impostos no ano deve ser menor, o que tende a deteriorar o resultado fiscal.
Desde que assumiu o cargo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem pregado uma busca por melhores resultados fiscais. Entre os elementos para atingir esse objetivo, ele apresentou em janeiro um pacote de ajuste nas contas públicas e previu para este mês a apresentação de uma proposta de arcabouço fiscal que estabilize a dívida pública.
Inflação maior
Para a inflação medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), a previsão da equipe econômica subiu sua estimativa para 5,31% em 2023, contra 4,60% da projeção feita em novembro.
Para 2024, o patamar foi estimado em 3,52% – estava em 3,00% na estimativa anterior. Para 2025, ficou em 3,02%, contra 3,00% antes.
Em relação à inflação, a projeção do ministério também está mais otimista do que a visão do mercado. No mais recente boletim Focus, a mediana das estimativas dos agentes econômicos para o IPCA ficou em 5,96% para 2023, 4,02% para 2024 e 3,80% para 2025.
O centro da meta de inflação é de 3,25% neste ano e 3% no próximo, nos dois casos com margem de tolerância de 1,5 ponto para mais ou para menos.
Na revisão das projeções, a estimativa para o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), que é usado como referência para a correção do salário mínimo e outras despesas do governo, ficou em 5,16% para este ano, contra 4,9% antes. Para 2024, a estimativa ficou em 3,30%, contra previsão de 3,00% em novembro.
O post Governo piora projeção de alta do PIB em 2023 e vê inflação maior apareceu primeiro em Forbes Brasil.