A forte aversão ao risco nos mercados globais, disparada por mais um banco em crise, desta vez o europeu Credit Suisse, fez o dólar fechar em alta firme ante o real hoje (15), com investidores em busca da segurança da moeda norte-americana.
O movimento esteve em sintonia com o exterior, onde o dólar também subia ante uma cesta de moedas fortes e em relação às demais divisas de países exportadores de commodities.
O medo de uma crise de crédito global, que pode jogar os países em uma recessão, se sobrepôs ao noticiário brasileiro nesta quarta-feira, embora os agentes sigam à espera da apresentação, por parte do governo, do novo arcabouço fiscal.
O dólar à vista fechou o dia cotado a R$ 5,29 na venda, em alta de 0,70%.
Na B3, às 17h39 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,69%, a R$ 5,30.
Logo após a abertura da sessão, o dólar chegou a marcar a máxima de R$ 5,32 (+1,37%), numa forte reação à crise do Credit Suisse, após seu principal controlador descartar a possibilidade de aumento de capital no banco.
Ao longo do dia, as cotações se acomodaram um pouco, mas ainda assim a moeda norte-americana se manteve com ganhos firmes ante o real.
“É tudo aversão ao risco. Além dos bancos norte-americanos, temos agora o Credit Suisse complicando o cenário”, comentou o gerente de câmbio da Fair Corretora, Mário Battistel.
Na última semana os bancos Silicon Valley Bank e Signature Bank dos EUA entraram em colapso, despertando preocupações com o setor em um cenário de juros elevados.
A fuga a ativos de risco fazia o dólar subir também em relação às moedas de países emergentes hoje (15).
“O dólar se valoriza no mercado internacional e o iene se valoriza em relação ao dólar”, destacou o estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno. “É o ‘flight to quality’ (voo para a qualidade)”, completou.
Às 17:39 (de Brasília), o índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — subia 0,99%, a 104,760. Às 17h39 (de Brasília), o dólar caía 0,65%, a 133,35 ienes.
Os receios em torno do sistema bancário global colocaram em segundo plano o noticiário doméstico.
Hoje (15), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que deve conversar na quinta-feira com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre o arcabouço fiscal. Lula quer que o projeto seja definido antes de sua viagem à China, na semana que vem.
Já o Banco Central informou durante a tarde que o Brasil registrou fluxo cambial positivo de US$ 1,283 bilhão em março até o dia 10. Pela manhã, o BC vendeu 14.400 contratos de swap cambial tradicional, da oferta total de 16 mil contratos, para rolagem dos vencimentos de maio.
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