Na última quarta-feira (08), o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) denunciou Tomás Bertoni, ex-marido da apresentadora Titi Müller, por violência psicológica contra ela e definiu a prática como “slow violence”. O termo, que significa “violência lenta”, em inglês, foi criado pelo ambientalista e estudioso literário Rob Nixon para descrever casos de violência que ocorrem “gradualmente e fora de vista”.
Em situações como a vivida pela ex-VJ da MTV, a agressão acontece de forma lenta e a longo prazo, gerando danos emocionais à vítima. Por ser bastante sutil, pode não ser interpretada como violência no momento em que ocorre.
A denúncia feita pelo MP-SP, que também inclui uma indenização por danos morais, categorizou o crime praticado pelo ex-marido de Titi Müller nas modalidades de “humilhação” e “ridicularização”. Nesses casos, o agressor faz insultos e críticas à vítima com o objetivo de fazê-la se sentir inferior.
Medo impediu denúncia
A apresentadora está desde setembro de 2022 sob uma liminar que a proíbe de falar sobre o ex-marido nas redes sociais. O caso foi revelado por ela em fevereiro, numa entrevista ao videocast “Desculpa Alguma Coisa”, da escritora Tati Bernardi, no UOL. “Tem uma liminar que meu ex-marido pediu, para que eu não citasse ele — e pessoas da família dele — em rede social sob multa. Isso é absolutamente inconstitucional. Enfim, eu estou aí sob mordaça”, afirmou Titi.
Titi Müller é mãe de Benjamin, de 3 anos, fruto da relação com o músico Tomás Bertoni. Eles foram casados por dois anos e se separaram em 2021. Em nota divulgada no Instagram, ela afirmou ter sofrido violências físicas e psicológicas do ex-marido, inclusive, durante a gravidez. Também disse que preferiu não denunciá-lo na época por medo do caso se tornar público e piorar a situação.
O outro lado
A defesa de Tomás Bertoni, no entanto, nega que o músico tenha praticado qualquer tipo de violência contra a ex-esposa. Segundo ela, as testemunhas indicadas pela apresentadora não confirmaram ter presenciado conduta violenta. Também alega que o crime de violência psicológica, apontado pelo MP-SP, tem natureza material. Ou seja, a acusação depende de reconhecimento de laudo pericial.
Ainda de acordo com os advogados, Tomás aguardará a análise da denúncia e tomará as medidas jurídicas cabíveis. Por fim, destacaram que ele se preocupa em preservar o filho de qualquer exposição.