Brasil reduz exportação do agronegócio em fevereiro em 5,6%

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Adriano Machado/Reuters

Colheita de soja em Goiás

As exportações do agronegócio brasileiro somaram 9,88 bilhões de dólares em fevereiro, queda de 5,6% no comparativo anual, puxada principalmente por recuos nas vendas externas de soja em grão e carne bovina, mostraram dados do governo hoje (14).

Com isso, o milho assumiu maior protagonismo em um período que, tradicionalmente, a oleaginosa teria volumes mais amplos enviados ao exterior devido à colheita da safra de verão.

“No mês analisado, houve recuo nas exportações em função da redução dos volumes exportados de soja em grãos, influenciado pelo atraso na colheita, apesar da produção recorde estimada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em 151,4 milhões de toneladas para 2022/2023”, disse o Ministério da Agricultura em nota.

O complexo soja – formado pelo grão, farelo e óleo – teve recuo de 3,1% na receita de exportação em fevereiro para 3,86 bilhões, com queda de 8% no faturamento obtido com o grão. A receita com embarques de farelo subiu 2,8% e com óleo, 70,5%.

Em volume, houve queda de 15,3% no complexo soja, pressionada pela redução de 17% no embarque de grãos e baixa de 16,5% no farelo.

“A carne bovina também teve desempenho desfavorável devido à redução internacional do preço e diminuição do volume exportado. Uma das razões para essa queda no volume é o caso atípico de Encefalopatia Espongiforme Bovina (mal da vaca louca) comunicado, em 22 de fevereiro, à Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA)”, disse a pasta.

Em função desse caso, as exportações para a China foram temporariamente suspensas a partir de 23 de fevereiro.

De acordo com o ministério, o complexo carnes recuou quase 10% em receita e 2,6% em volume exportado no mês passado, comparado a fevereiro de 2022, pressionado pela proteína bovina. As vendas de carne suína e de frango tiveram avanços.

“Açúcar e trigo também apresentaram queda nas vendas externas. Houve menor disponibilidade interna para exportação, por causa das preocupações com a safra argentina no caso do trigo, e menor moagem de cana-de-açúcar por questões climáticas”, ponderou.

Na ponta positiva, os embarques brasileiros de milho totalizaram mais de 2 milhões de toneladas, com divisas de 689 milhões de dólares, saltos de 196,7% e 241,8%, respectivamente, na variação anual.

“O desempenho favorável do cereal deve-se à baixa oferta internacional e à alta produção nacional do grão para a atual safra… Os principais importadores do grão em fevereiro foram Japão, Coreia do Sul, Colômbia, Argélia e Vietnã.”

As exportações de milho do Brasil para a China somaram apenas 70 mil toneladas em fevereiro, praticamente o equivalente a um navio panamax, que representa uma queda acentuada na comparação com janeiro, quando o embarque para o país asiático somou 983,7 mil toneladas, conforme reportagem da Reuters.

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