Dan Magliocco teve uma carreira de sucesso de 30 anos ao aderir a três princípios básicos: aprendizado, impacto e um sentimento de pertencimento. Como presidente e CEO da Danone Canadá, multinacional de alimentos e bebidas e líder na indústria de laticínios e vegetais, com sede global em Paris, França, ele é uma autoridade sobre o que é preciso para ser um líder eficaz e o futuro dos laticínios de origem vegetal como alternativa alimentar.
Magliocco ocupou vários cargos de liderança executiva na indústria de alimentos do Canadá, incluindo as subsidiárias nesse país da Kraft Foods, Nabisco e Mondelez, onde atuou como presidente. Desde que ingressou na Danone, em 2017, ocupou o cargo de vice-presidente sênior de marketing, estratégia e insights, antes de ser nomeado presidente e CEO em 2019. A vasta experiência lhe deu uma profunda compreensão de seus negócios e cultura, e em apenas cinco anos lançou as bases para a mudança da Danone de uma empresa baseada em iogurte, em Boucherville, na costa sul de Montreal, para uma corporação nacional multicategoria de alimentos e bebidas de nível um.
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Os níveis crescentes de demandas ditas mais ecológicas e de saúde, na percepção dos consumidores, resultaram em um aumento na demanda por uma gama mais ampla de alternativas ao leite à base de plantas.
A Global Market Insights Inc. informou que o mercado global de alternativas lácteas, estimado em US$ 27,5 bilhões (R$ 143,2 bilhões na cotação atual) em 2022, deve ultrapassar uma avaliação de US$ 68 bilhões (R$ 350 bilhões) até 2032.
Como a maior Certified B Corporation voltada para o consumidor do Canadá, a Danone desempenhou um papel importante no avanço de alternativas lácteas à base de plantas, principalmente por meio de sua bem-sucedida marca Silk. A mais nova adição da marca, Silk Nextmilk, foi recentemente nomeada Produto do Ano do Canadá na categoria bebida à base de plantas.
Esta alternativa ao leite, formulada para ter o sabor do “verdadeiro negócio”, contém apenas 3 gramas de açúcar por porção e, como nos outros produtos Silk, tem uma pegada de carbono menor do que sua contraparte láctea. “Até então, essas bebidas não tinham a intenção de imitar o sabor do leite”, diz Magliocco. “Eram bebidas de amêndoa, que obviamente têm um sabor distinto de amêndoa. Quando você bebe aveia, pode ter um sabor distinto de aveia. Mas as coisas estão evoluindo nessa seara.”
De acordo com o relatório Ipsos Trends & Foresight sobre consumo, de setembro de 2022, opções não lácteas, como amêndoa, aveia, soja e coco, conquistaram 10% do mercado global.
A introdução da imitação de leite de vaca, por outro lado, poderia encorajar mais pessoas a adotar uma dieta baseada em vegetais, oferecendo uma alternativa para uso regular, como um acompanhamento para seus cereais e outras receitas à base de leite. “Você pode ser um negócio enraizado no desempenho econômico e ainda fazer o bem”, diz ele. “Esse é o cerne do movimento B Corp, que é o negócio usando sua escala como uma força para o bem.”
Aprender através de uma cultura inclusiva no local de trabalho
Reconhecida como uma das principais empregadoras daquele país, a Danone Canada se descreve como uma empresa centrada nas pessoas, onde os funcionários têm o poder de expressar suas opiniões e contribuir para fazer a diferença, diz Magliocco. Uma das práticas do CEO para criar mais proximidade é passar pelo menos 45 minutos em uma ligação individual com cada novo contratado para conhecê-lo, diz ele.
Refletindo sobre a ideia de mentoring reverso, a empresa também realiza fóruns chamados What’s On Your Mind, nos quais pequenos grupos de funcionários de todos os níveis são convidados a compartilhar livremente seus pensamentos, desde a segurança durante a Covid-19 até a estratégia de negócios.
“As opiniões importam, mas a experiência também conta. As pessoas devem obter os fatos para apoiar suas opiniões e ter a capacidade de expressá-las”, diz Magliocco. “Isso faz parte da condução dessa cultura inclusiva.”
No país, a Danone possui vários projetos nesse sentido, buscando a interação da empresa e de suas comunidades.
Por exemplo, ela é parceira fundadora do Breakfast Club of Canada e também apoia a organização há mais de 27 anos para ajudar a fornecer um café da manhã nutritivo para crianças em comunidades em todo o país.
“Visitamos escolas e assumimos o compromisso de abrir novos programas de café da manhã escolar todos os anos, por cinco anos”, diz Magliocco. “Ir para as comunidades foi muito emocionante. Fui lá pensando que estaria distribuindo iogurte e voltei pensando que parecia estar distribuindo mais esperança.”
* Karl Moore é colaborador da Forbes EUA, professor da Desautels Faculty of Management, McGill University e membro associado do Green Templeton College e Oxford University. Também ensinou em programas de educação executiva e MBA em Stanford, Harvard Business School, IMD, LBS, INSEAD, Oxford, McGill, USC, Duke, Darden e Cambridge. É autor de 10 livros. (tradução e adaptação V.Ondei)
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