As mulheres que querem transformar criptomoedas em inclusão financeira

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Mauricio Vega

Country manager da CryptoMarket no Brasil, Denise Cinelli e a CEO da exchange, Fernanda Juppet

Quando você pensa em criptomoedas, que imagem vem à cabeça? Possivelmente grandes ganhos e perdas, fortes oscilações e até mesmo uma ou outra pirâmide mostrando sua silhueta no horizonte. A imagem de instrumento para facilitar a inclusão financeira é menos comum. É isso que a nova CEO da CryptoMarket, a chilena Fernanda Juppet, e a country manager da companhia no Brasil, Denise Cinelli, querem mudar.

As duas estão à frente da exchange de criptomoedas, que transacionou aproximadamente US$ 3 bilhões em 2021 e cerca de US$ 1 bilhão em 2022 (a queda deve-se à desvalorização abrupta dos criptoativos no ano passado). Recém-chegadas aos cargos de liderança, ambas acompanharam o crescimento da CryptoMarket de perto. Juppet iniciou sua jornada na plataforma há um ano e meio cuidando da área da regulação internacional do grupo. Cinelli, por sua vez, entrou em 2018 na companhia para trabalhar com atendimento ao cliente brasileiro.

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A plataforma, que atua em cinco países da América Latina, desembarcou no Brasil em 2017, mas só agora está dando atenção total ao mercado brasileiro, com Cinelli na linha de frente.

“Eu acredito que o nosso maior desafio no Brasil é desmistificar a palavra criptomoeda”, conta a executiva. “Hoje ela virou sinônimo de pirâmide e nós queremos mostrar que nem tudo nesse mundo é perigoso, arriscado ou ilegal.”

Cinelli explica que diferentemente de outras exchanges que estabelecem suas sedes em paraísos fiscais, a Crypto Market fez o caminho contrário e foi para a Europa conseguir sua regulamentação. “Por lá eles são muito rigorosos com segurança e é exatamente isso que queremos para a nossa empresa, confiabilidade”, diz.

Para Juppet, mostrar ao usuário que a companhia busca pelo melhor parâmetro de segurança do setor é um dos pontos mais importantes, já que os escândalos recentes envolvendo empresas como a exchange FTX trouxeram ainda mais dúvidas para o mercado.

Assim, com o requisito de segurança em dia, a meta da companhia é seguir com a premissa que fez os fundadores darem vida ao projeto: dar acesso à todos a um sistema financeiro justo.

“Quando eu cheguei ao Chile há oito anos, eu não conseguia abrir uma conta no meu nome, já que não ganhava o equivalente a R$ 5 mil ou mais”, explica Cinelli. “No Peru, onde nós também temos operações, cerca de 60% da população não é bancarizada, então temos muita oportunidade de inserir esse público no mundo das criptomoedas.”

“Todos os nossos usuários já ouviram alguma vez que não ganham o suficiente para fazer parte do sistema financeiro tradicional e nós queremos mostrar para eles que existe alternativa”, afirma Juppet. “Todos merecem ter acesso ao sistema e é nessa premissa que pautamos o nosso plano de crescimento em alcance, produtos e serviços.”

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Para dar mais força ao movimento, a exchange está desenvolvendo um serviço de rastreamento das transações cripto. “Se você estiver pensando em usar nossa plataforma para transações ilícitas, é melhor não vir”, diz a CEO da empresa. Cinelli complementa que, se o usuário quer lavar dinheiro, as criptomoedas são a pior opção para ele, porque tudo fica registrado no blockchain.

“Se nós recebemos um alerta do sistema de que aquelas criptos estão vindo de uma carteira ilícita, nós temos a possibilidade de não aceitar receber esse dinheiro e evitar fraudes para os nossos clientes”, diz Cinelli.

Hoje, a plataforma tem bastante força na Argentina, onde a situação financeira é mais precária e no Chile, país em que foi fundada. Para 2023, a expectativa é duplicar os números do ano passado, mas é preciso entender que o mercado ainda está em um período de “inverno”. Para as executivas, saindo do mercado de baixa, o crescimento tem perspectiva de ser muito maior.

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