A safra de soja do Brasil 2022/23 foi estimada nesta quinta-feira em recorde de 151,42 milhões de toneladas, corte de 1,5 milhão de toneladas ante o número de fevereiro, apontou levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), citando que a redução se deve ao impacto da estiagem no Rio Grande do Sul.
A situação no Estado gaúcho foi compensada, em parte, por ganhos observados em São Paulo, Goiás e Mato Grosso do Sul, afirmou a estatal.
Apesar do ajuste negativo, a safra do Brasil, maior produtor e exportador global de soja, deverá crescer 20,6% na comparação com a temporada passada, quando a seca reduziu produtividades no Sul.
“A colheita avança em todas as regiões produtoras, com percentuais bem abaixo quando comparados com a safra 2021/22”, disse a Conab, explicando que o ritmo mais lento se deve, em parte, ao excesso de chuvas, que dificulta o tráfego de máquinas nas lavouras.
Em outras áreas, como Goiás e Matopiba, o plantio foi realizado tardiamente, enquanto há regiões em que houve a ocorrência de temperatura mais baixa, o que trouxe impacto no desenvolvimento do grão, alongando o ciclo da cultura.
Esse atraso traz impactos na semeadura do milho segunda safra, que já tem semeada 63,6% da área prevista para a cultura em todo o país. No mesmo período do ano passado, este índice chegava próximo de 75%.
Ainda assim, a companhia projeta um crescimento na produção de 11,3%, podendo chegar a 95,6 milhões de toneladas, ante 94,97 milhões estimados no mês passado.
“É importante destacar que semear o milho fora da janela ideal pode aumentar os riscos durante o desenvolvimento das lavouras, e não há garantia de como a cultura irá se desenvolver em condições climáticas adversas”, comentou a superintendente de Informações da Agropecuária da Conab, Candice Romero Santos.
Seca e geadas são as maiores preocupações do produtor do milho segunda safra.
A colheita total de milho do Brasil 2022/23 foi estimada nesta quinta-feira em recorde de 124,67 milhões de toneladas, acima da previsão de 123,7 milhões de toneladas divulgada em fevereiro, com ajustes positivos na expectativa de colheitas de verão e inverno, informou a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Se confirmada a previsão para o milho, haverá um aumento de 10,2% na comparação com a temporada passada.
A estimativa de produção de algodão foi reduzida para 2,78 milhões de toneladas da pluma, versus 3 milhões de toneladas na previsão de fevereiro, mas ainda com crescimento de 9% na comparação com a temporada passada
A Conab citou que a semeadura da segunda safra de algodão em Mato Grosso foi atingida por chuvas constantes, provocando atrasos e impedindo o término dos trabalhos na janela ideal.
“A redução na produtividade ocorre após ajustes posteriores ao fim da semeadura…”, disse.
Para a safra total de grãos 2022/23, a previsão atual é de 309,9 milhões de toneladas, um pouco abaixo dos 310,59 milhões estimados no mês passado, mas um aumento de 13,8% na comparação anual.
Exportações
Com uma expectativa de aumento da safra de milho, a Conab projeta exportações recordes do cereal de 48 milhões de toneladas, 1 milhão acima da projeção de fevereiro e também um crescimento na comparação com a safra anterior, de 46,6 milhões de toneladas.
No caso da soja, com uma safra menor do que a esperada, a estatal reduziu a estimativa de exportação para 92,99 milhões de toneladas, ante 93,9 milhões de toneladas na visão de fevereiro, versus 78,7 milhões na temporada passada.
Para o algodão, a agência do governo manteve a expectativa de exportação em 1,98 milhão de toneladas.
“O início de ano se mostra lento para as vendas ao mercado externo da pluma… Ainda assim, o setor continua confiante e vem trabalhando para ampliar as exportações, as quais devem chegar próximas de 2 milhões de toneladas.”
Isso seria um crescimento na comparação com o volume de 1,8 milhão de toneladas de algodão exportado na temporada passada.
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