Aproximadamente 68% dos americanos dizem ter medo de carros autônomos, de acordo com uma nova pesquisa da American Automobile Association (AAA). É um grande salto em relação a 2022, quando 55% dos americanos disseram ter medo da tecnologia em ascensão.
Segundo o estudo da associação automobilística, apenas 9% dos americanos dizem que “confiam” em carros autônomos, enquanto 23% dos entrevistados na pesquisa disseram se sentir “inseguros”.
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“Não esperávamos um declínio tão dramático na confiança em relação aos anos anteriores”, disse Greg Brannon, diretor de pesquisa automotiva da AAA. “Por outro lado, com o número de acidentes que ocorreram devido ao excesso de confiança nas tecnologias atuais dos veículos autônomos, isso não é totalmente surpreendente”, reflete Brannon.
Também há muita confusão sobre o que é possível atualmente com a tecnologia de direção autônoma de marcas como a Tesla, que chama seu software beta de “Full Self-Driving”, apesar do fato de que, na prática, não se trata disso. Como aponta a AAA, cerca de 10% dos americanos entrevistados acreditam que a tecnologia de direção autônoma atualmente permite que os motoristas durmam enquanto os robôs assumem o volante.
Contudo, mesmo que os americanos realmente não confiem em carros autônomos, não parece que esses medos importarão, já que as empresas continuam a ultrapassar os limites da tecnologia autônoma. A Waymo, por exemplo, anunciou um novo programa esta semana para liberar seus veículos sem motorista nas ruas de Santa Monica. Anteriormente, um condutor era obrigado a estar sentado ao volante dos carros da empresa, mas os humanos agora foram dispensados dessa tarefa na região.
Humanos esperam por carros autônomos há décadas, com muitas promessas de grandes empresas de que isso estava no horizonte. Na década de 1950, um anúncio popular mostrava uma família do futuro desfrutando de um jogo de tabuleiro, ignorando completamente a estrada porque seu carro se conduzia sozinho.
E a história em quadrinhos Closer Than We Think prometia uma “Magic Beam Highway” no futuro, que se tornaria a maneira mais segura de viajar.
“Faixas de orientação e loops no pavimento recebem impulsos elétricos que são captados eletronicamente por uma caixa de controle em seu carro. Os impulsos regulam a velocidade, a frenagem e a detecção de obstáculos para que o carro seja guiado automaticamente, sem possibilidade de acidente”, declarava o quadrinho de meados do século passado.
O problema com os carros autônomos de hoje, evidentemente, é que eles não estão conversando com as rodovias inteligentes da maneira que as pessoas de 70 anos atrás imaginavam. E tampouco estão conversando com as rodovias usando métodos que foram imaginados na década de 1990. E isso porque as montadoras querem construir seus carros sem a necessidade de se comunicar com qualquer coisa eletrônica embutida na estrada, para o bem e para o mal.
Na verdade, quando a Darpa tentou construir um carro autônomo na década de 1980, funcionou muito bem em uma pista de teste até encontrar um grande obstáculo: a neve. Não deveria ser uma surpresa, então, que a neve ainda seja um problema incômodo. E é apenas mais uma razão pela qual as pessoas provavelmente permanecerão céticas em relação aos veículos autônomos nos próximos anos – mesmo que continuem chegando às ruas dos EUA com mais frequência.
*Matt Novak é repórter de tecnologia e fundador do Paleofuture.com, site criado em 2007 que analisa visões passadas do futuro, de carros voadores e jetpacks a utopias e distopias. Foi redator sênior do Gizmodo por dez anos e em 2012 realizou uma parceria com a BBC para expor itens retrofuturistas de sua coleção pessoal em Hollywood.
(Traduzido por Rodrigo Mora).
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