Empreender. Ao nos depararmos com o real significado no dicionário temos como definição: resolver-se a praticar (algo laborioso e difícil); tentar. Como um executivo que trabalha em uma empresa que tem o empreendedorismo no seu DNA sei bem o quanto é difícil, mas também possível. E sei que você, empreendedor, também sabe. Afinal de contas, o tentar é uma tarefa diária, e árdua, ainda mais em um mundo em constante transformação digital.
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Indo mais a fundo, empreendedorismo é a capacidade que uma pessoa tem de identificar problemas e oportunidades, desenvolver soluções e investir recursos na criação de algo positivo para a sociedade. Engana-se quem pensa que o empreender precisa estar ligado a um CNPJ. Em qualquer lugar que você tiver a chance de melhorar determinada situação, isso é empreender. Vale lembrar que essa mentalidade de empreender é uma das habilidades mais procuradas pelas empresas em seus profissionais atualmente.
Ser ou tornar-se um empreendedor não é apenas dom, mas sim colocar suas capacidades em prática, destacar-se pela produtividade e querer inovar. E a inovação aliada ao empreendedorismo é o que temos visto em diversos setores que gostaria de dar ênfase nesse texto como saúde, segurança e educação, pois vejo que ainda têm muitas oportunidades de desenvolvimento para quem quer mergulhar nessas áreas.
No caso da saúde, apesar da tecnologia estar cada vez mais avançada, ainda é um mercado carente e com alta demanda. Por que não empreender na busca de novas soluções, produtos e serviços que impactem na jornada dos negócios de saúde e tragam mais eficiência no atendimento e monitoramento da saúde da população? As empresas denominadas healthtech são um bom exemplo. Um levantamento desenvolvido pela Liga Ventures em parceria com a PwC Brasil mostra que o número de healthtechs no país aumentou 16,11% entre 2019 e 2022. E companhias desse tipo têm utilizado a tecnologia como aliada, aplicando soluções de big data, internet das coisas (IoT), automação, SaaS, Inteligência Artificial (IA) e robótica.
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Outro ponto relevante é a adoção da cultura data-driven em processos logísticos. Os desafios do varejo farmacêutico, por exemplo, são imensos e a logística bem-feita se consolida como uma grande vantagem competitiva. Empreender focando na eficiência da comunicação e na interação entre os todos os atores do ecossistema farmacêutico, (varejo, indústria, distribuição, hospitais, governo) é uma grande oportunidade.
Na parte de segurança, trazendo para o mundo virtual, vejo muito espaço para empreender dentro da ciência de dados para segurança cibernética. O emprego da ciência de dados em cibersegurança permite uma tomada de decisão orientada, possibilitando maior brevidade na detecção e resposta a incidentes em comparação com os métodos tradicionais utilizados no domínio de segurança cibernética.
Atualmente, a segurança cibernética deixou de ser assunto técnico e se tornou protagonista na tomada de decisão de qualquer negócio. Dados da Cost of a Data Breach Report, IBM/ Ponemon Institute (2022) mostram que o custo de uma violação de dados no Brasil está em U$S 1,38 milhão, sendo o país com a taxa de crescimento mais acelerada em relação a 2021 (+28%).
Quando se trata do mercado de educação, a era digital chegou para ficar e foi ainda mais reforçada com a pandemia. Hoje, ao entrar em qualquer rede social, é possível achar cursos dos mais variados temas ministrados por professores que resolveram empreender com a ajuda da internet. Indo para uma visão mais corporativa, também temos o vasto campo das edtechs. Nichos na educação para empreender não faltam: plataformas de ensino, cursos online, jogos educativos, sistemas de gestão de aprendizado. Tudo isso aliado à tecnologia podem trazer grandes benefícios à sociedade.
O fato é que, independentemente da área em que deseja empreender, torna-se necessário perseguir fatores como resiliência, paciência e prática diária. Como disse no início desse artigo, não é fácil, mas é possível.
*Marcelo Ciasca é CEO da Stefanini Brasil, referência em soluções digitais.
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