Hoje, plásticos tradicionais são originários de petróleo e um grandes poluidores. A ONU estima que aproximadamente 400 milhões de toneladas de plásticos são produzidas todos os anos com o uso de combustíveis fósseis. Dessa quantidade, menos de 10% é reciclado e mais da metade acaba em aterros sanitários, segundo a American Chemical Society. Plásticos biodegradáveis, por outro lado, são feitos de produtos renováveis como carboidratos, amidos, gorduras e óleos vegetais, bactérias e outras substâncias.
Essa é uma das muitas razões pelas quais Luna Yu, fundadora e CEO da Genecis, começou sua empresa em 2017. Yu teve a ideia da Genecis enquanto estudava para ser uma cientista ambiental – sua decisão de trabalhar em tecnologias sustentáveis foi influenciada pela liderança de outras mulheres no ramo.
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O futuro é feito de plástico biodegradável
Luna Yu, que fundou a Genecis com 21 anos, e sua equipe estão usando bactérias especializadas para transformar restos orgânicos, como restos de alimentos, em bioplásticos. Esse material pode ser usado para criar uma grande variedade de produtos e embalagens – como embalagens de comidas, roupas, equipamentos médicos e de outras mercadorias – que hoje são feitas com plásticos tradicionais.
“Mesmo que em uma escala menor, estamos tentando resolver as questões de desperdício de comida e poluição por plástico com uma solução de economia circular: plástico biodegradável feito de restos orgânicos”, diz Yu. Esse é um polímero gerado naturalmente e que pode ser encontrado em células de bactérias que fermentam. Diferente de outros produtores de bioplásticos que usam restos de alimentos, usamos fluxos de resíduos orgânicos para criar uma escala de economia circular.”
Yu é a primeira CEO a receber investimento através da Female Founder Initiative, parte do programa Climate Pledge Fund da Amazon, que investe em empresas de tecnologias que inovam para combater o aquecimento global. Como parte da iniciativa, a gigante de tecnologia planeja investir US$ 50 milhões em companhias de tecnologia sustentável fundadas e comandadas por empreendedoras. O objetivo é combater a igualdade de investimento existente no ramo de tecnologia – mulheres recebem menos de 3% de todo o investimento de venture capital.
Empreendedorismo feminina contra as mudanças climáticas
“Se quisermos combater as mudanças climáticas em escala global, mulheres como a una Yu precisam de recursos para construir seus negócios”, diz Phoebe Wang, ex-empreendedora e, agora, parceira de investimentos no Climate Pledge Fund e head da Female Founder Initiative da Amazon. “Investindo em mais companhias como a Genecis, queremos gerar um efeito cascata na indústria de venture capital para incentivar mais investimentos em empresas de tecnologia sustentável fundadas por mulheres.”
A Amazon também está avaliando maneiras de evoluir a tecnologia da Genecis, segundo Wang. Ela tem a esperança de que, no futuro, o plástico biodegradável da empresa poderia chegar aos consumidores da Amazon, proporcionando o recebimento de suas compras em embalagens biodegradáveis e facilmente recicláveis.
“Precisamos de materiais seguros, não tóxicos e biodegradáveis nas nossas redes globais de fornecimento”, diz a fundadora da Genecis. “Nossa esperança é que, com a diminuição de custos, mais usuários de plásticos verão que produtos de restos orgânicos não só são melhores para o meio ambiente, mas também têm melhorias práticas em relação aos plásticos tradicionais. Não podemos nos livrar do uso de combustíveis fósseis enquanto ainda somos dependentes em plásticos originários de petróleo. Temos que encontrar novos materiais e, talvez, muitos dos biomateriais que estamos desenvolvendo hoje vão ser produzidos em escala comercial em 10 anos.”
*Marija Butkovic é colaboradora da Forbes USA. Ela é advogada, consultora de negócios e fundadora da Women of Wearables, uma organização para mulheres desenvolvendo tecnologias.
(Traduzido por Gabriela Guido)
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