O lucro líquido da petroleira brasileira Enauta (ENAT3) somou R$ 182,1 milhões no quarto trimestre, queda de 73,6% ante o mesmo período do ano anterior, mas o desempenho do ano foi considerado importante pelo CEO da empresa, Décio Oddone, por ter pavimentado caminho para a entrada em operação de plataforma definitiva em Atlanta em 2024.
Em relatório financeiro na quarta-feira, a Enauta publicou ainda lucro líquido de R$ 383,4 milhões em 2022, versus R$ 1,4 bilhão em 2021, este último positivamente impactado por efeito não recorrente, com o registro do valor justo da participação adicional de 50% no campo de Atlanta e do reconhecimento da última parcela referente à venda de Carcará.
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“Excelente ano o ano passado. Além de ter sido operacionalmente muito bom em termos financeiros, foi um ano excepcional do ponto de vista de realizações, porque foi um ano que permitiu a criação do futuro da Enauta”, disse Oddone à Reuters.
Ao longo de 2022, houve aprovação e início da implantação do Sistema Definitivo do Campo de Atlanta, com a conclusão da fase de engenharia e cerca de 90% dos serviços contratados. A empresa também obteve a extensão do Sistema de Produção Antecipado (SPA) de Atlanta até maio de 2025, trazendo continuidade operacional ao campo durante a transição dos sistemas.
Oddone destacou ainda outra conquista, que foi o aumento das reservas certificadas de Atlanta em função da aprovação do novo Plano de Desenvolvimento e da extensão do contrato de concessão do campo de Atlanta até 2044.
A Enauta apresentou receita líquida de R$ 657,1 milhões no quarto trimestre, totalizando quase R$ 2,2 bilhões no ano, 20,5% a mais que o valor registrado em 2021, excluindo os efeitos não recorrentes daquele ano, segundo a companhia.
A receita do campo de Atlanta totalizou R$ 1,7 bilhão, sendo responsável por 80% da receita total da companhia, com aumento de 31,8% entre 2021 e 2022.
Oddone ressaltou ainda que a empresa concluiu a perfuração e completação do primeiro de três poços programados para Atlanta, dentro do esperado, o que permitirá aumentar a capacidade de produção do campo para mais de 20 mil barris de óleo por dia, garantindo maior estabilidade de produção em 2023, devido à redundância de equipamentos.
Em 2022, a produção de Atlanta somou 3,3 milhões de barris de óleo, com produção média diária de 9,2 mil barris –aumento de 1,6% em relação à produção proporcional à sua participação em 2021.
Os demais poços, segundo Oddone, estarão prontos ao longo de 2023 e aguardarão para serem conectados ao FPSO Atlanta no sistema definitivo.
Taxação do petróleo
Mais cedo nesta quarta-feira, Oddone afirmou à Reuters que a decisão do governo de taxar as exportações do petróleo anunciada na véspera rompe a tradição do Brasil de respeitar contratos.
Ele disse ainda que é cedo para apontar os eventuais impactos para a Enauta, mas ressaltou que a medida deverá afetar a confiabilidade do país, podendo prejudicar investimentos, arrecadação extraordinária para Estados e geração de empregos de alta remuneração, dentre outros.
Disse ainda que agora será necessário trabalhar para que a medida dure apenas os quatro meses e que o seu efeito seja mitigado.
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