Quiet hiring, quiet quitting etc. O surgimento de novas expressões estão relacionadas ao cenário de incerteza no mercado de trabalho
O período pós-pandemia vem sendo marcado por novos termos para ilustrar as tendências do mundo corporativo, em uma necessidade de se encontrar entre tantas mudanças. A cada mês, vem uma nova forma de se referir a algo que já conhecíamos faz tempo, mas que até então não tinha nome. Em boa parte das vezes, essas novas expressões servem mais para conversas no cantinho do café do que para designar reais mudanças de comportamento. Mas, para você não ficar por fora nos grupos de Whatsapp ou no bate-papo antes das reuniões, fizemos uma lista delas nesse pequeno dicionário corporativo.
Rage applying
Parceiros dos “quiet quitters”, os “rage appliers” são os funcionários que se candidatam a vagas de emprego por estarem frustrados com o próprio trabalho. Seja por estarem irritados com o salário, seja por estarem com carga de trabalho excessiva, a tendência que viralizou no TikTok – especialmente entre millenials e pessoas da geração Z – é uma reação de pessoas que se sentem desvalorizadas no ambiente de trabalho.
Quiet quitting
O termo, que ganhou repercussão com o TikTok, designa a postura de limitar as tarefas profissionais ao que está definido na descrição do seu trabalho. Ou seja, não assumir mais deveres e tarefas do que sua função atual estabelece e fazer o mínimo que puder para concluir o trabalho necessário, mas fazendo isso bem. Esse movimento também dá voz a todos aqueles que estão insatisfeitos com a forma como são tratados por seus empregadores, principalmente profissionais da geração Z, que não estão dispostos a passar a vida trabalhando (uma característica de millenials e geração X).
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Bare Minimum Monday
Outra que surgiu nos vídeos do TikTok, a tendência de “fazer o possível às segundas” consiste em aguentar a semana de trabalho fazendo o necessário na segunda-feira, sem se estressar. Estudos mostram que a segunda-feira é o dia mais odiado pelas pessoas e, por isso, a maneira de se esforçar menos no início da semana viralizou como uma maneira de conseguir trabalhar nesse dia.
Quiet hiring
“Contratar silenciosamente” é desenvolver talentos que já estão na sua companhia ao invés de contratar novos profissionais, dando mais responsabilidades para aqueles que se destacam em seus cargos. Ou seja, dar mais trabalho para quem já é bom em vez de contratar mais gente para desempenhar novas funçõs. A tendência tem se fortalecido com a realocação das responsabilidades dos que fizeram parte das demissões em massa, já que as empresas, em busca de cortar custos, não têm a perspectiva de contratar mais gente. A estratégia pode até proporcionar o crescimento profissional do funcionário, mas contribui para uma carga de trabalho ainda maior. Sem que isso signifique, necessariamente, um aumento salarial ou promoção.
Layoffs
Recentemente, a expressão “layoff” tem sido usada para descrever os movimentos de demissão em massa realizados, especialmente, por grandes empresas de tecnologia. Embora esse possa ser um dos significados do termo em inglês, layoff é a suspensão temporária do contrato de trabalho de certo funcionário por tempo determinado segundo o direito brasileiro.
O dicionário de Oxford define a expressão em inglês com dois significados possíveis: (1) a demissão de um ou mais trabalhadores por razões econômicas ou por falta de trabalho e (2) período no qual alguém fica sem participar de uma atividade cotidiana. Isto é, um layoff se difere de uma demissão porque a performance do trabalhador não é uma das razões para o desligamento, mas sim, questões econômicas ou da organização da empresa.
EX (Employee Experience)
Oriundo do termo UX (experiência do usuário. User Experience, em inglês), Employee Experience é o conceito de cuidado para que o funcionário se sinta valorizado e se identifique com a empresa em que trabalham com a escuta de necessidades pessoais e coletivas. O investimento na experiência do colaborador está em alta tendo em vista a dificuldade de reter talentos qualificados, incluindo aí iniciativas de bem-estar, saúde mental e inclusão.
“Resenteeism”
Ter ressentimento em relação a seu trabalho – ou “Resenteeism” – é a vontade de fazer o menos possível (praticar quiet quitting) ou se candidatar a outra vaga de emprego, mas ter medo de perder o posto. Ou seja, é mostrar que está fazendo trabalho por não ter perspectiva alguma de mudança, demonstrando sua frustração. A tendência se fortaleceu em um cenário de insegurança no mercado de trabalho e com temores de recessão econômica.
“Fat FIRE”
A expressão em inglês vem da junção da palavra “gordura” (fat) com os termos Financial Independence e Retire Early, podendo ser traduzida como garantir recursos suficientes para conquistar independência financeira e aposentadoria de maneira antecipada. Ou seja, é uma mentalidade de focar incansavelmente em ficar rico rapidamente e, no fim, se aposentar jovem e rico.
As pessoas que aderem a essa filosofia tendem a trabalhar em grandes empresas de tecnologia, escritórios de advocacia, são fundadores de startups e aqueles cujas ocupações têm pacotes de remuneração generosos e opções de ações. Com sua renda disponível, eles usaram os recursos para investir nos mercados de ações ou criptomoedas, construir negócios e ter algumas agitações paralelas.
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