A carne de laboratório é mesmo um produto disruptivo?

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MrdjaEyeEm/Guettyimages

Laboratório para processamento de carne artificial

O mundo recebeu o anúncio da carne à base de plantas e da carne de laboratório como a solução disruptiva para a sua salvação. Investiram-se bilhões de dólares, inclusive com artistas e grandes empresários, por exemplo, promovendo o produto. A Impossible Foods arrecadou US$ 183 milhões, sem antes ter vendido um único hambúrguer.

Hoje, passada a euforia, o que se vê é um choque de realidade e a capitalização dessas empresas, com números bem mais baixos  entre as grandes empresas que desenvolveram suas linhas, não conseguiram mantê-las pela falta de demanda, desabando de vez com a pandemia.

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E quais são os benefícios para a saúde dessa carne artificial, feita em laboratório? A população se questionou muito a respeito disso. No lugar de milagres, vamos acreditar em formas corretas de produção. Para a carne alternativa imaginava-se que ela cresceria da mesma forma do “leite que não é de vaca”, mas de soja ou arroz.

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A diferença é que o leite passa por uma questão de saúde, que é intolerância, e não apenas uma questão ideológica. Vegetarianos e veganos, por sua filosofia de vida, preferem um alimento à base de plantas, porém naturais e preparados por eles mesmos, e não esperam comer produtos que emite o gosto da carne. E entre os comedores de carne, no qual se esperava uma migração, o terrorismo de informação não convenceu por muito tempo.

Agora, se todos esses bilhões de dólares fossem investidos em alternativas naturais e de equilíbrio que envolvam a produção, conscientização, pesquisa, incentivo em núcleos que produzem com respeito e sustentabilidade, esse caminho não seria o mais correto para a humanidade? Combater o desperdício e conscientizar sobre o consumo consciente é uma alternativa muito mais sustentável. Mais do que produtos mágicos, nossa geração precisa de mudanças de hábitos ao encarar um prato de comida.

* Carmen Perez é pecuarista e entusiasta das práticas do bem-estar animal na produção animal. Há 14 anos, trabalha intensivamente a pesquisa na fazenda Orvalho das Flores, no centro-oeste do Brasil, juntamente com o Grupo Etco, da Unesp de Jaboticabal e universidades internacionais. Foi presidente do Núcleo Feminino do Agronegócio (NFA) em 2017/2018.

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